Toni Boson (PL), Wallace Miranda (NOVO) e Wellington Raulino (Republicanos) participaram nesta terça-feira, 13, do debate entre candidatos a deputado federal realizado pelo Grupo Meio Norte, dentro do programa Bom Dia Meio Norte, com mediação do jornalista Ieldyson Vasconcelos com suporte jurídico do advogado Rafael Rodrigues.
Os candidatos apresentaram suas propostas e abordaram os temas da segurança pública, saúde, de ativismo judiciário. Toni Boson disse ser ficha limpa e tem uma ficha de serviços prestados à sociedade e deseja combater o crime dentro dos palácios. "Como deputado federal irei combater esse criminoso que tira dinheiro da saúde, educação e segurança".
Wallace Miranda é médico e professor e disse que saiu da indignação para ação e colocou seu nome à disposição para mudar a política no Brasil. Ele declarou que faz campanha sem usar recurso público e tudo que recebeu foi registrado no TSE.
Wellington Raulino disse que sempre denunciou com coragem a corrupção e disse que pretende ser deputado federal para que o piauiense se orgulhe de sua atuação. Sem declarar apoio a qualquer outro candidato, ele disse que vai atuar de forma livre na fiscalização.
Toni Boson quer acabar com audiência de custódia
Toni Boson já foi presidente do Sindicato dos Policiais Civis e destacou o fato da segurança pública do Piauí estar um desastre. "Nossa segurança está na UTI, com um dos piores investimentos per capita e o governo atual tenta passar a imagem de uma segurança que não existe", disse o candidato, lembrando que como presidente do sindicato tentou conversar durante 2 anos com o ex-governador Wellington Dias e não conseguiu.
Para o candidato, o estado está dominado pelas facções criminosas. "Temos que mudar isso e como deputado vou trabalhar para o fim da audiência da custódia, o preso vai ter que trabalhar para se alimentar", garantiu, afirmando que vai trabalhar para o endurecimento do Código Penal. "Devemos valorizar o cidadão do bem, aquele que trabalha", disse Toni Boson, declarando que o Nordeste foi a região do Brasil onde a criminalidade não diminuiu por conta de gestões desastrosas.
Na saúde, o candidato falou que vai exercer seu papel de fiscal na Câmara Federal, fiscalizando os recursos encaminhados ao estado. Ele denunciou a precariedade de atendimento de mães e bebês. "Um dos papéis do deputado federal é fiscalizar os recursos encaminhados ao estado e lamento profundamente a péssima qualidade dos atuais deputados, pois os recursos foram encaminhados e na época da pandemia, os respiradores não apareceram, os hospitais de campanha não funcionaram. O dinheiro da covid está aparecendo para compra de votos", denunciou.
A respeito do fundo eleitoral, o candidato disse que entrou na política após 34 anos como policial e hoje está nesta guerra e luta com as armas que possui. Ele disse ter recebido R$ 20 mil do seu partido e considerou que o valor para uma campanha de deputado federal é irrisório. "Sou a favor da extinção do fundo, pois os partidos fazem uso desigual desse recurso", afirmou, enfatizando que não se envergonha de ter recebido o recurso, pois está numa batalha e joga com as armas que tem. "Como deputado vou trabalhar para extinção desse fundo", disse, reafirmando que em sua forma de fazer política não há espaço para hipocrisia.
Wallace Miranda critica uso de fundo eleitoral
Médico e professor universitário, Wallace Miranda disse que resolveu entrar na política para ser uma opção de mudança. Ele enalteceu a forma de trabalhar de seu partido que dispensa o uso de recursos públicos por entender que dinheiro de impostos deve voltar para o cidadão com aplicação na saúde, educação e segurança. "No NOVO, quem não cumprir as regras rígidas do partido é retirado".
Como médico, ele disse que a saúde estadual tem vários desastres e citou, inclusive, a má atuação da Maternidade Evangelina Rosa que já foi interditada e citou problemas estruturais em outras unidades de saúde, como hospital de Picos.
Ele defendeu o uso de prontuário digital, uma medida simples para reduzir filas e disse ser necessário uma auditoria nos gastos com a saúde no governo em que a saúde só piorou. "Deputado federal é empregado do povo, as emendas devem ser checadas", explicou, enfatizando que a saúde no Piauí precisa de uma gestão adequada.
O candidato criticou a perpetuação de famílias na Assembleia Legislativa e Câmara Federal e disse que o NOVO não permite uma pessoa no mesmo cargo por mais de dois mandatos. Ele declarou que a compra de voto foi institucionalizada. "Enquanto metade da população vive abaixo da linha de pobreza, a maior parte das emendas são destinadas aos municípios para promoção de festas", disse, declarando que a compra de votos é gravíssima.
Wellington Raulino disse que segurança é mascarada
O jornalista Wellington Raulino disse que entrou nessa disputa eleitoral com uma candidatura independente para levar suas propostas e por não ter ligação com qualquer candidato ou grupo político, disse que chega para fazer a mudança. Numa resposta ao candidato Wallace Miranda, ele disse que nunca se vendeu e não recebeu nada do Poder Público em seu veículo de comunicação. "Minha emissora é mantida pela iniciativa privada através de anúncios e acredito que você não tem nada o que falar a respeito da minha pessoa", disse.
No debate, o candidato falou da segurança no Piauí que é mascarada. Há uma polícia sem investimentos e efetivo necessários e que por isso facilitou a entrada de facções. "O estado não tem condições de fazer a segurança da população, por isso os parlamentares devem se preocupar com segurança no sentido de endurecer as leis", disse.
O candidato denunciou a compra de votos no atual pleito e disse que os órgãos responsáveis precisam fiscalizar. No atual sistema, Wellington Raulino disse que dos 10 deputados federais, 8 já sabem que estão eleitos há seis meses. "É vergonhoso estarmos aqui disputando a sobra, duas vagas", disse.
Questionado sobre o ativismo judicial, o candidato falou que o Poder Judiciário está entrando na competência de outros poderes ao legislar e disse que o Judiciário deve ser repensado, pois há bons nomes na Justiça. No entanto, no interior, o acesso à Justiça precisa ser mais presente e alcançar os municípios, pois há cidades que não têm fórum, servidores.