O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, não confirmou nem descartou, nesta segunda-feira (17), a possibilidade de conceder indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso seja eleito em outubro. Haddad é o último presidenciável a participar de sabatina promovida pelo UOL, em parceria com a Folha e o SBT.
Lula está preso desde abril deste ano em Curitiba, após ser condenado na operação Lava Jato no caso do tríplex do Guarujá (SP). Para o PT, o ex-presidente é vítima de uma perseguição do Judiciário com a finalidade de excluí-lo do processo eleitoral.
O candidato destacou que a hipótese de indulto a Lula, cogitada pela imprensa durante a campanha, chegou ao conhecimento do ex-presidente e que ele escreveu uma carta sobre o tema.
Segundo Haddad, Lula diz que não troca sua "dignidade pela liberdade" e que quer que os tribunais superiores o absolvam. "Acredito que ele vai ter justiça, que vai ser absolvido, inclusive porque isso não está mais apenas no âmbito nacional, mas internacional", afirmou Haddad, referindo-se à demanda apresentada pelo PT à ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o caso.
Questionado sobre a possibilidade de Lula não ser absolvido por tribunais superiores após a eleição, Haddad alegou não gostar "de trabalhar com hipóteses nas quais não acredito". Questionado novamente indagado sobre a possibilidade de indulto, o candidato criticou o processo contra Lula. "Li o processo [do tríplex], a acusação, a sentença e o acordão e quero dizer aquele processo não tem sustentação. Não é Haddad dizendo, mas centenas de juristas que se debruçaram sobre o processo”, declarou.
Ainda sobre Lula, Haddad se referiu ao ex-presidente como "o maior presidente da história do Brasil" e "grande estadista" e atribuiu à suposta tentativa de se "criarem falsos antagonismos" as dúvidas sobre quem de fato governaria em seu eventual mandato.
"Considero ele um grande conselheiro e terá [em um eventual governo] um papel destacado em aconselhamento", disse. Caso vença o pleito, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da educação de Lula admitiu que manterá a agenda de visitas a Lula na prisão. “Jamais dispensaria a experiência do presidente Lula. Ele será meu interlocutor permanente, é uma pessoa que admiro profundamente e vítima de uma injustiça será reparada o quanto antes”.