A TV Jornal abriu nesta segunda-feira, 12, a série de sabatinas com os candidatos ao governo do Piauí. Madalena Nunes (PSOL) foi a primeira entrevistada pelos jornalistas Arimatea Carvalho e Francy Teixeira. Na reta final da campanha, Madalena Nunes disse que a estratégia é mostrar as propostas, destacar que o Piauí tem riquezas e não justifica a população passar fome e ficar desempregada.
Madalena Nunes falou sobre a valorização do serviço público e criticou a informalidade no trabalho, que retira direitos. "Apresentou meu nome para contestar o modelo adotado pelo Piauí de neoliberalismo", disse.
A candidata acredita ser possível mudar a realidade e disse ser possível chegar ao segundo turno. Para isso convidou o eleitor a fazer um balanço de seus candidatos nas últimas eleições, ver o que eles apresentaram de projeto, o que votaram e fizeram para a partir daí fazer uma mudança. "As mulheres são maioria do eleitorado e acreditamos ser possível melhorar nas pesquisas", disse.
Madalena Nunes reconheceu a falta de estrutura de partidos pequenos na campanha eleitoral, o que dificulta chegar aos 224 municípios. "Há desigualdade no processo eleitoral", disse, destacando que o debate de ideias deve ser realizado ano todo e para compensar essa falta de estrutura e recursos para viagens e o tempo de TV reduzido, a candidata disse que sabatinas e debates promovidos pelos meios de comunicação, como o Grupo Meio Norte, é importante para o processo eleitoral.
A candidata defende a igualdade para todos os partidos, a descontração de renda. "Queremos uma democracia mais radical e que os partidos pequenos e de esquerda tenham condições iguais de disputa com os partidos que estão no governo e que retiram direitos dos trabalhadores, cobram previdência de quem é aposentado", disse.
Alianças
Questionada sobre as alianças do PSOL com outros partidos em São Paulo e no Rio de Janeiro, Madalena Nunes diz que não vê contradição e disse que em nível nacional não há um governo que nega vacina, incita a violência, ataca as pessoas e quer eliminar a classe trabalhadora, que é quem dá sustentação ao País.
No Piauí, a candidata diz que há uma candidatura que apoia o presidente da República, mas não assume o apoio e diz entender o posicionamento do candidato, pois é inexplicável um médico apoiar um governo que não acredita na ciência.
Servidores públicos
Sobre a valorização dos servidores, Madalena Nunes diz que o Brasil tem uma injustiça tributária muito grande e entende que os recursos arrecadados devem voltar para o povo, dividido com a classe trabalhadora.
"Defendemos um serviço público de qualidade", diz, declarando que o teto de gastos veio para prejudicar a distribuição de renda e concentrar dinheiro na mão dos mais ricos.
A candidata diz que falta política pública para as mulheres e diz que no programa de Governo Piauí para o Bem Viver o povo será chamado para tomar decisão, o servidor público será valorizado. "As pessoas serão consultadas e ajudarão na construção do estado", declara.
PPP
Sobre as parcerias público privada, Madalena Nunes diz que o estado deve devolver à classe trabalhadora o imposto que ela paga e disse ser inconcebível o estado estruturar e comprar equipamentos para hospitais privados.
Se eleita, ela disse que fará revisão de todos os contratos de PPPs e acredita que a parceria pública será a saída dos grandes problemas.
A candidata defendeu o envolvimento das universidades nos processos de desenvolvimento e criticou a falta de investimento. "Na saúde pública, em nível nacional, desde o governo Temer não tem reajuste, mas somente cortes para saúde e universidade", declarou, criticando que mais de 50% da renda do País vai para o pagamento de uma dívida que ninguém sabe e conhece o valor real.
Agronegócio
A candidata falou das denúncias de que há destruição dos cerrados e também o fato do governo ceder terras para grandes empresas, que expulsam as comunidades quilombolas e faltam com respeito ao meio ambiente. "Eles não têm compromisso com o meio ambiente",diz, criticando o fato do agronegócio ter isenção de impostos.
"Nossa gestão tem compromisso de investir na produção agroecológica de proteção ao meio ambiente, com leis que exigem que agronegócio faça desenvolvimento comprometido com a natureza", declara.
Diálogo com Legislativo
Madalena Nunes contou não acreditar com modelos impostos em que a preocupação de governo é construir base que sustente esse projeto arquitetado de neoliberalismo e disse que o PSOL tem perfil de candidatos comprometidos com a classe trabalhadora e para isso convidou o eleitor a conhecer o partido.
"Veja quem está do seu lado, trabalhador", pediu, esclarecendo que o PSOL está na luta em defesa da moradia, do serviço de publico de qualidade. "Queremos governar com o povo, os deputados devem ter compromisso com direitos sociais e não apenas com a tal governabilidade", disse, questionando o fato de um parlamentar receber mais de R$ 1,5 milão para eleições.
Segurança pública
A candidata ao governo do PSOL reafirmou a sua defesa numa policia comunitária por entender que a PM não é oprimir, policia é sustentada pela população. "Queremos um policial com formação, que façam cursos voltados para os direitos humanos para não atacar mulheres, negros", disse, enfatizando que defende a desmilitarização e uma segurança pública que passa pelas condições de vida da comumidade. "O papel da polícia não é nos matar", disse.