A decisão do PRTB de fazer uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a possibilidade de o general da reserva Antônio Hamilton Mourão substituir Jair Bolsonaro em debates na televisão ampliou a divisão na campanha do PSL. O movimento irritou a cúpula da sigla e um dos filhos do presidenciável, Flávio, afirmou que qualquer atitude sobre esse tema precisa passar pelo candidato, que está hospitalizado em São Paulo após ter sofrido um atentado há uma semana em Juiz de Fora (MG).
O presidente do PSL e principal articulador da campanha também rechaçou a iniciativa do partido coligado. Ele afirmou que o PRTB não tem legitimidade para consultar o TSE sobre essa possibilidade. Bebianno enfatizou que Bolsonaro, hospitalizado há uma semana após levar uma facada, segue vivo e no comando da campanha.
Na terça-feira, o general Mourão disse que seu partido vai consultar o TSE sobre a possibilidade de que ele, como vice, represente o cabeça da chapa nesse tipo de evento. Bolsonaro está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo e não tem previsão de que volte às atividades de campanha até o primeiro turno, em 7 de outubro.
Em nota enviada à imprensa na tarde desta quarta-feira, o PRTB reafirmou que fará a consulta ao TSE e que a informação poderia ser solicitada por qualquer cidadão. Porém, disse que a decisão final será tomada "em conjunto pela coligação PRTB/PSL."
Desde de o ataque a Bolsonaro, há uma disputa interna entre militares e políticos aliados do presidenciável sobre os rumos da campanha. Enquanto o primeiro grupo defende que o general Mourão assuma os compromissos do cabeça da chapa, o segundo quer que o vice siga apenas participando de encontros com empresários, produtores rurais e pequenos grupos de eleitores, como ele já vinha fazendo. O entendimento é que Bolsonaro é "insubstituível" e deverá fazer campanha de dentro do hospital, gravando vídeos aos eleitores assim que o seu quadro de saúde permitir.
Nesta quarta-feira, Mourão chegou ao Paraná para cumprir uma série de compromissos deste tipo em cidades como Cascavel e Londrina. Na sexta, o militar viaja para Manaus, no Amazonas.