Renan Filho (MDB), 38, foi reeleito neste domingo (7) em primeiro turno para o governo de Alagoas. Sem candidatos fortes na oposição, o resultado das urnas confirmou os prognósticos das pesquisas de intenção de voto, que indicavam Renan Filho com larga vantagem frente aos demais candidatos durante a campanha.
O emedebista ganhou fôlego depois que seu principal opositor, o senador Fernando Collor de Mello (PTC), desistiu da candidatura, em 14 de setembro, alegando falta de reciprocidade com aliados. Com renúncia de Collor, entrou na disputa o delegado federal aposentado Pinto de Luna (Pros), mas a candidatura dele não conseguiu desbancar Renan Filho.
Durante a campanha, Renan e seu pai, o senador Renan Calheiros (MDB), receberam o candidato à presidência da República Fernando Haddad (PT) em Alagoas e participaram juntos de uma carreata. O ato foi duramente criticado por adversários de Haddad porque Calheiros apoiou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Renan Filho participou de entrevistas em emissoras de televisão e de rádio, mas só compareceu ao último debate do primeiro turno, promovido pela TV Gazeta, afiliada à Rede Globo.
A ausência dele em outros eventos foi criticada pelos adversários, que destacavam que o emedebista fugia de esclarecimentos para o eleitor. "A gente mede o nível de pessoas que estão passando fome pela quantidade de gente que está nos sinais de trânsito, nunca vi Alagoas assim. Alagoas passou um ano sem o programa da sopa e quem tem fome não pode esperar", disse Luna em um dos eventos.
Durante a campanha, Renan Filho disse que a candidatura de Collor era a "junção de periquito com cobra" e afirmou que o senador renunciou porque tinha dificuldade de "falar com o povo". "A própria aliança tinha vergonha de dizer que ele era candidato", destaca Renan. Já Collor, por sua vez, se dizia o "candidato da verdade, do povo" e mostrava sempre sua relação com antigos eleitores, que guardam fotos de eleições passadas nas casas.
A campanha de reeleição de Renan Filho apostou no lema "para continuar a mudança em Alagoas". Entre as obras destacadas por Renan Filho, estão mudanças para desafogar o trânsito, como o "eixo do quartel", na principal avenida de Maceió, e o viaduto da Polícia Rodoviária Federal, no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió.
Outras bandeiras do governo do emedebista exploradas durante a campanha são: o reforço do policiamento em determinadas áreas da capital, a construção de três grandes hospitais para desafogar o atendimento na unidade geral do estado e ampliação do serviço de Disque Denúncia por meio do número 181.
"Antes, o nosso estado não recebia investimentos, estávamos atrasados, pobres de espírito. Mas, Alagoas mudou. Descruzamos os braços e seguimos contra a crise que atinge todo o país. Investimentos em diversas áreas. Conseguimos fazer mais", disse Renan Filho em campanha no dia 28 de setembro.
A coligação de Renan Filho, batizada de "Avança mais Alagoas", reuniu 17 partidos: MDB, PODE, PPS, PDT, PR, PTB, PHS, PT, PV, PRP, PRTB, PSD, DC, PCdoB, Avante, PMN, Solidariedade.
Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Renan foi o candidato ao governo que mais gastou durante a campanha. Até o dia 1º de outubro, os gastos somaram R$ 1,9 milhão para a arrecadação de R$ 812.670. Seu maior gasto de campanha foi com "serviços prestados por terceiros", que somou R$ 457.600, correspondendo a 24,5%.