A ex-governadora do Maranhão e pré-candidata a deputada federal Roseana Sarney (MDB) foi a entrevistada desta quinta-feira, 07 de julho, no Agora, da Rede Meio Norte. Na ocasião, ela traçou um paralelo sobre a mulher na política, frisando que apesar das dificuldades, o cenário hoje é melhor do que quando começou na vida pública.
Roseana, inclusive, destacou que não era a preferida do pai (José Sarney), mas lutou muito e acredita que se tornou referência para ele. “Sou de uma família de políticos e tinha dois irmãos homens, e claro que a preferência de meu pai era de um irmão meu que tinha o nome dele, já estava na política, não seria eu a preferida, e eu acho que lutei muito e hoje até me tornei uma referência pra ele, mas naquela época não era não, era nordestina, filha única, tinha dois irmãos homens”, disse.
A ex-governadora detalha que seu interesse pela política iniciou no grêmio estudantil. “Eu acho que melhorou bastante, eu comecei a fazer política estudantil, fui secretária do Grêmio Estudantil, isso me ajudou bastante a ter consciência do momento que estávamos vivendo, isso me despertou essa vontade de ingressar na política”.
Quando decidiu disputar uma eleição, a mdbista pontuou que percorreu todo o Maranhão para se apresentar, pois não queria ser conhecida apenas como a ‘filha de alguém’. “No primeiro mês que decidi ser política andei o Maranhão todo para me apresentar, para que as pessoas me conhecessem não como filha de alguém, como irmã de alguém, mas como Roseana, essa já foi uma barreira que tive para vencer. A outra barreira que tive é que a política naquela época era coisa de homem, existia toda essa problemática e você tinha que enfrentar, consegui enfrentar, consegui”.
Atualmente, a pré-candidata a deputada federal considera que é ‘mais fácil’ para a mulher ingressar na política do que era antigamente.
“Hoje você já tem mais mulheres na política, no comando das empresas, as redes sociais ajudaram muito as mulheres a se apresentarem também, os meios de comunicação também ajudaram. Tudo isso foi muito importante, hoje vejo que é muito mais fácil você entrar na política do que antigamente”.
Análise do Maranhão
Ela fez uma análise sobre o atual Governo do Maranhão, destacando que deixou a gestão estadual R$ 4 bilhões em caixa e que a situação poderia estar melhor.
"Eu vejo com uma certa distância, o Estado precisa de uma participação maior, principalmente na atração de investimentos, você sabe quando traz coisas para a sua terra, traz mais emprego, os jovens precisam de uma perspectiva para o futuro, o que acho que o Maranhão deu uma parada. Quando deixei o Estado, deixei com R$ 4 bilhões em caixa para investimentos, então poderíamos estar bem melhor".
Primeira mulher eleita governadora no Brasil, Roseana fez um balanço da sua administração no Poder Executivo. "Primeiro organizei a administração para poder focar nas obras. Na época que eu assumi tínhamos mais de 50% da nossa população na zona rural, tivemos muitos problemas no Governo, mas graças a Deus nos saímos muito bem".
Análise da bancada federal
A mdbista fez uma análise da bancada federal do Estado, a qual classificou como ativa, mas sem expressividade nacional, sinalizando que a população sente falta de um parlamentar de projeção em todo o país.
“Nossa bancada é ativa; o que o maranhense sente falta é de uma expressão nacional que não temos maranhense sente um pouco dessa falta, porque tinha um maranhense com representatividade, voz, temos uma bancada ativa, que trabalha, mas falta expressividade”, disse.
No comando do MDB do Maranhão, Roseana pautou a renovação, destacando que o partido não terá candidato a governador e senador, mas que buscará influenciar dentro do seu campo político.
“Já estou tentando a algum tempo ser presidente do MDB no Maranhão, eu gostaria que tivesse uma renovação, renovação de ideias, estamos tentando atrair um quadro mais dinâmico ao partido para que ele consiga ter a importância que sempre teve no Maranhão”, afirmou.
Apoio a Simone Teber ou Lula?
Ademais, a ex-governadora respondeu sobre a disputa majoritária para presidente, destacando que estará ao lado de Simone Tebet tentando viabilizá-la. De acordo com ela, no entanto, o lançamento foi um pouco tardio.
“Espero que possamos sair melhor nessas eleições, temos a nível nacional a candidatura de Simone Tebet, só acho que o lançamento dela foi um pouco tarde, é claro que estarei do lado dela para tentar viabilizá-la , claro que tem o nome do Lula que é muito forte no Nordeste, é uma questão complicada, porque o MDB sempre esteve junto com o PT nas passadas, excetuando a última. Vamos verificar se a Simone será viabilizada como candidata ou não, agora acho que o Nordeste tem uma direção”, afirmou.
Questionada qual o pré-candidato do ‘coração’, ela evitou se posicionar, no entanto, destacou que acredita que nessa eleição o Brasil superará um período difícil.
“Estamos enfrentando um período difícil que estamos fazendo política, não com política, mas com o ódio”, finalizou.