A uma semana do primeiro turno das eleições 2018, a Record TV realizou o sexto debate eleitoral com os candidatos a presidente da República. Participaram do encontro, que deve ser o penúltimo antes do pleito, os presidenciáveis Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).
Jair Bolsonaro (PSL), que lidera as pesquisas de intenção de voto na corrida ao Palácio do Planalto, não compareceu. O deputado deixou o Hospital Albert Einstein neste sábado, 29, e segue se recuperando em sua casa, no Rio de Janeiro, por orientação médica. De acordo com seu filho e candidato ao Senado, Flávio Bolsonaro (PSL), os médicos também não devem liberar o presidenciável para participar do último debate antes do primeiro turno, que será promovido pela TV Globo no próximo dia 4.
A alta de Bolsonaro, contudo, encorajou ataques dos adversários. Poupado em outros encontros dos quais não pôde participar em razão de seu quadro clínico, o candidato do PSL foi criticado reiteradas vezes por seus adversários. Haddad também foi um dos alvos principais.
Confira abaixo os “melhores momentos” do debate realizado pela Record TV:
Bolsonaro sob ataque
No três encontros promovidos após o atentado em Juiz de Fora (TV Gazeta, TV Aparecida e SBT), poucas foram as críticas dos adversários contra Jair Bolsonaro. Neste domingo, no entanto, a “trégua” dos concorrentes chegou ao fim.
De diferentes formas, praticamente todos os candidatos atacaram o presidenciável do PSL e o acusaram de reproduzir discursos autoritários e discriminatórios. Declarações recentes de aliados do capitão reformado, sobre o 13º salário e impostos, também foram usadas como armas de seus adversários no debate da Record.
Algumas das críticas mais incisivas partiram de Ciro Gomes e Marina Silva. Enquanto a candidata da Rede disse que as manifestações de Bolsonaro sobre possíveis fraudes no resultado das eleições 2018 demonstravam que ele “amarelou” e estava com medo de perder, o presidenciável do PDT criticou o concorrente por não comparecer ao debate na Record mesmo depois de receber alta.
“Está de alta, mas ele não veio. Eu no outro debate vim com a sonda pendurada na perna, em respeito à sociedade brasileira”, disse Ciro, que foi ao encontro promovido pelo SBT no dia 26 de setembro logo depois de deixar o Hospital Sírio-Libanês, onde passou por um procedimento de cauterização da próstata.
Bolsonaro não participou do debate da Record por conta de orientações médicas.
Haddad sem direito de resposta
Fernando Haddad, que segue atrás apenas de Bolsonaro na corrida para chegar ao segundo turno das eleições 2018, também foi bastante atacado pelos adversários.
O ex-prefeito de São Paulo, seu partido e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram criticados em diferentes momentos por Alvaro Dias, Marina Silva, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Cabo Daciolo.
O ataque mais contundente partiu de Dias, citando reportagem da revista IstoÉ que aponta suposta participação de Lula, mesmo condenado e preso pela Lava Jato, em decisões de repasses de recursos para aliados.
"Lá da prisão, em Curitiba, o ex-presidente Lula comanda a campanha do PT com bilhetes e autoriza repasses de recursos", disse o candidato do Podemos.
Haddad chegou a pedir direito de resposta, única solicitação feita durante todo debate. O pedido, contudo, foi negado pela comissão de advogados do debate da Record.
Nem Bolsonaro, nem PT
O combate contra a polarização na política deu a tônica das participações de Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva. Os três candidatos, que dependem de um crescimento expressivo na última semana de campanha para chegar ao segundo turno, falaram contra as estratégias dos primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto.
Marina disse que PT e Bolsonaro são cabos eleitorais um do outro. Ciro disse que não é “nem PT e nem anti-PT”. E Alckmin lembrou do histórico petista e de Bolsonaro para dizer que o “radicalismo se atrai”.
"O PT votou contra o Plano Real, o Bolsonaro também. O PT votou contra o monopólio das telecomunicações, o Bolsonaro também, (por eles) teríamos hoje aquele telefone velho. O PT votou contra a quebra do monopolio do petróleo, Bolsonaro também. O PT votou no Lula, Bolsonaro também declarou em plenário que votou no Lula. É impressionante como o radicalismo se atrai. Esse não é o caminho. Essa semana é decisiva. Ela vai mudar a eleição. Vamos unir o Brasil para recuperar a economia, emprego, e melhorar a vida da população", afirmou o ex-governador de São Paulo.
Daciolo contra todos
Candidato do nanico Patriota, Cabo Daciolo foi novamente um dos candidatos que mais chamaram atenção durante o debate da Record. O presidenciável repetiu o discurso que mistura política e religião, prometeu que se eleito deverá “adorar a Deus” durante os primeiros sete dias de governo e disparou para todos os lados.
O seu principal alvo foi Fernando Haddad. No primeiro bloco afirmou que Haddad “não fez nada” na Prefeitura de São Paulo e agora quer “vir pra presidente”. “O senhor tem que caminhar muito ainda. O Lula é líder. O senhor não é líder”, afirmou. Antes disso, já havia criticado o próprio ex-presidente, ao afirmar que ele havia se “corrompido”.
Em outro momento, disparou contra o presidenciável petista e Henrique Meirelles e chegou a prometer trazer “óleo de peroba” para o próximo encontro.
“Temos que identificar os culpados. Meirelles e Haddad. PT e PMDB. Afundaram o País e botaram o País nessa lama. Infraestrutura, saneamento básico, 50% do País não tem saneamento”, afirmou. “Os senhores têm que aprender a amar o próximo, o que está acontecendo. E ainda tem cara de pau de vir aqui para disputar a cadeira presidencial. Vai visualizar o que está acontecendo. Vou trazer óleo de peroba aqui da próxima vez".