Candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão disse nesta 2ª feira (7.ago.2018) que o Brasil herdou “indolência” dos indígenas e “malandragem” dos negros. Mourão afirma ser descendente de índio.
“Ainda existe o famoso complexo de vira-lata no nosso país, infelizmente. Temos que superar isso. Temos uma herança cultural, uma herança em que muita gente gosta de privilégio. Existe uma tendência ao camarada querer o privilégio para ele“, afirmou.
A declaração foi feita pelo general em palestra na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). Eis o slide que o general utilizou em sua apresentação.
“Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena, minha gente. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa (vereador), nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, essa é o nosso cadinho cultural. Infelizmente, gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, afirmou.
Foram as primeiras declarações públicas de Mourão após ser anunciado vice de Bolsonaro, no domingo (5.ago). A fala causou polêmica e o general foi acusado de racismo por adversários políticos.
“Extremismo e racismo são uma combinação perigosa. Não podemos tolerar racismo numa corrida presidencial”, disse a candidata à Presidência pela Rede, Marina Silva, em sua conta no Twitter.
Já o nome do Psol, Guilherme Boulos, disse: “Quando o preconceito se junta com a estupidez o resultado é esse! Bolsonaro e Mourão se merecem”.
Nesta 3ª feira, a assessoria de imprensa do general Mourão enviou esclarecimentos aos jornalistas sobre o episódio e novas aspas do vice de Bolsonaro. Leia:
“O contexto que coloco é da herança cultural, tendo como base estudiosos gabaritados da nossa nacionalidade. Esse contexto trouxe heranças positivas e negativas, sem distinção de cor e raça, para todos os brasileiros”.