A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de Janeiro, planeja apresentar uma série de pedidos ao presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), visando à reta final dos trabalhos do colegiado.
De acordo com informações fornecidas pela assessoria da relatora, Eliziane pretende priorizar a aprovação de três depoimentos e uma sessão de acareação. Um dos depoimentos em destaque é a possível reconvocação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Para a senadora, esta oitiva é crucial para esclarecer aspectos relevantes dos acontecimentos.
Além disso, a relatora considera essencial ouvir o general Gustavo Henrique Dutra, ex-comandante do Comando Militar do Planalto e responsável pelo quartel do Exército em Brasília, onde estava localizado o acampamento de apoiadores do ex-presidente. Outra testemunha desejada é Marília Alencar, ex-diretora do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que ocupava um cargo relevante durante os atos antidemocráticos.
Na lista de solicitações da relatora, consta também a realização de uma acareação entre o hacker Walter Delgatti e a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Zambelli foi apontada como a pessoa que intermediou o encontro entre Delgatti e Bolsonaro para discutir uma possível invasão às urnas eletrônicas, um tema de grande interesse na investigação.
Adicionalmente, a relatora pretende convocar um dos financiadores dos atos antidemocráticos, que foram alvos de uma nova fase da operação Lesa Pátria conduzida pela Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (05). Esta medida visa esclarecer os detalhes financeiros e logísticos por trás dos eventos investigados pela CPMI do 8 de Janeiro.
Entenda a investigação
A CPMI dos Atos Golpistas do 8 de Janeiro foi uma investigação conduzida pelo Congresso Nacional para esclarecer os eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2022, quando apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram a sede dos Três Poderes no Distrito Federal. A comissão tem, como principal objetivo, apurar se houve qualquer envolvimento de agentes públicos na organização ou apoio a esses tumultos, além de investigar a possível utilização de recursos públicos para promover tais manifestações radicais.
A comissão busca reunir evidências por meio de depoimentos, análise de documentos e investigações para compreender se havia alguma conexão entre autoridades e os acontecimentos, bem como avaliar se esses eventos representavam uma ameaça à ordem democrática e ao sistema institucional do país. A investigação desempenha um papel crucial na busca por transparência e responsabilização em relação aos ataques golpistas que geraram preocupações significativas na política brasileira.
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