Em desabafo, Garibaldi nega ser “auxiliar do governo”

O presidente do Senado teceu críticas ao governo

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N?o sonhei com isso. Quando pedi para ser presidente do Senado, pensei que iria encontrar um Senado amadurecido para reformas e mudan?as, para se reafirmar como Poder. Mas poder n?o se afirma por gritaria. Ningu?m ganha no grito - disse o presidente Garibaldi Alves por volta da 1h30 da madrugada desta quarta-feira (12).

O desabafo de Garibaldi veio ? tona quando o impasse entre governo e oposi??o em torno da vota??o das medidas provis?rias que obstru?am a pauta do Senado e que impediam a an?lise do projeto de lei de convers?o que criou a TV Brasil (PLV 2/08) atingiu seu ponto mais cr?tico. A medida provis?ria 398/07, que deu origem ao PLV e criou a Empresa Brasil de Comunica??o (EBC), venceria no pr?ximo dia 21.

Pressionado pela oposi??o, que chegou a questionar se Garibaldi seria o "presidente do Congresso do partido do presidente Lula" - palavras do l?der do PSDB, Arthur Virg?lio (AM) -, Garibaldi afirmou enfaticamente que n?o tem compromisso nem com o governo nem com a oposi??o, mas com a Na??o.

- N?o tenho temor daqueles que se dizem donos da verdade. Donos do tempo e da hora das decis?es - disse.

O presidente do Senado teceu cr?ticas ao governo. Ele lembrou que j? na abertura dos trabalhos legislativos, em fevereiro deste ano, criticou o Executivo pelo uso abusivo e desregrado do recurso da medida provis?ria.

- Este governo est? concorrendo para a queda das nossas institui?es. Merece resposta, mas n?o essa resposta que Vossas Excel?ncias est?o dando - frisou, pouco antes de os parlamentares da oposi??o deixarem o Plen?rio em protesto ap?s serem rejeitados, pelo l?der do governo, Romero Juc? (PMDB-RR), os pressupostos constitucionais de relev?ncia e urg?ncia de uma MP que antecedia a vota??o do PLV da TV p?blica.

Na avalia??o de Garibaldi, a resposta que o Congresso deve dar ao governo ? a aprecia??o da proposta de emenda ? Constitui??o (PEC) que estabelece novas regras para a tramita??o das MPs.

- Quem diz isso n?o ? um presidente auxiliar do governo - pontuou.

Emocionado, Garibaldi declarou que foi levado pelas circunst?ncias a ser presidente do Senado, mas que, incumbido dessa fun??o, n?o decepcionaria nem abriria m?o de suas convic?es para macular uma carreira pol?tica consagrada.

- N?o interessa o que a oposi??o possa pensar ou o governo. Vou conduzir o Senado com independ?ncia e retid?o - disse.

Sob o olhar atento dos senadores, o presidente frisou que jamais se dir? dele que foi condescendente ou que "baixou a cabe?a", mas apenas que "sonhou com um Congresso melhor".

- Se quiserem acabar com meu sonho, me recolho ? minha realidade.

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