Após ter sido reeleito à presidência da França, neste domingo (24), Emmanuel Macron fez um discurso de vitória em que tentou conciliar todos os eleitores do país.
"De agora em diante, não sou mais o candidato de um campo, mas sim o presidente de todos", disse Macron durante seu discurso de vitória, aos pés da Torre Eiffel, em Paris.
Na oportunidade, ele tentou fazer menções aos diferentes grupos de eleitores:
- os que votaram nele para evitar o projeto de extrema direita representado por Le Pen: afirmou que tem consciência que a escolha por ele o torna depositário do apego à República.
- aqueles que se abstiveram: Macron afirmou que o “silêncio” desses eleitores também tem significado.
- os eleitores de Le Pen: segundo Macron, ele precisa governar para todos em volta, e a raiva e os desentendimentos precisam encontrar respostas.
Quando citou os eleitores de Le Pen, houve algumas vaias do público. Macron pediu para que parassem: “Não vaiem ninguém, desde o início eu pedi que não façam isso”, afirmou o presidente reeleito.
Os próximos cinco anos, disse ele, não serão uma continuidade dos cinco primeiros.
Projeto de nação ecológica
Macron disse duas vezes que seu projeto é transformar a França em uma nação ecológica. “Vocês escolheram hoje um projeto ambicioso. Um projeto europeu, social e ecológico, baseado no trabalho e na criação”, disse Macron, antes de lançar que espera fazer da França “uma grande nação ecológica”.
Ele também fez uma menção à invasão da Ucrânia pela Rússia: “Serei exigente e ambicioso, temos muito a fazer. A guerra na Ucrânia está aí para lembrar que a França deve levar sua voz e a clareza de suas escolhas e reconstruir sua força em todos os domínios, e nós faremos isso”, disse ele.
Le Pen reconhece derrota
Menos de 15 minutos depois da divulgação das projeções, a candidata Le Pen se pronunciou. Ela admitiu a derrota e afirmou que o resultado ainda é uma vitória para o seu movimento político.
A desafiante ainda disse que a vontade de defender o que é francês foi reforçada, e que seus partidários já foram declarados mortos milhares de vezes, mas sempre foi errado, e que o cenário político francês está se recompondo.
Desafios
As últimas pesquisas divulgadas na sexta-feira já indicavam que o candidato do "República em Marcha" (LREM), de 44 anos, venceria sua rival do Reunião Nacional (RN), de 53 anos, com uma vantagem menor do que em 2017, quando foi venceu com 66,1% dos votos.
Cinco anos depois, a França não é o mesmo país em que o centrista havia vencido pela primeira vez: protestos sociais marcaram a primeira metade do mandato de Macron, uma pandemia global confinou milhões de pessoas e a invasão russa da Ucrânia abalou todo o continente europeu.
A guerra às portas da União Europeia (UE) marcou a campanha eleitoral, embora a principal preocupação dos franceses seja o seu poder de compra, num contexto de aumento dos preços da energia e dos alimentos.