O presidente Lula se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca, residência oficial do governo norte-americano, no fim da tarde desta sexta-feira (10), no horário de Washington (duas horas a menos que Brasília).
O encontro marcou uma reaproximação entre os dois países, já que o presidente anterior, Jair Bolsonaro, não tinha diálogo com Biden.
Durante um momento aberto à imprensa, Lula agradeceu Biden pelo cumprimento após a vitória nas eleições, agradeceu pela defesa da democracia e parabenizou Biden pelo discurso do Estado da União no Congresso norte-americano.
"Três coisas para lhe dizer. Primeiro, agradecer o reconhecimento da minha posse. Segundo, o reconhecimento da sua defesa pela democracia. Terceiro, parabenizar pelo seu discurso. Cairia muito bem no Brasil", afirmou Lula.
No encontro, Lula afirmou que o Brasil se automarginalizou nos últimos quatro anos, em referência indireta à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
— O Brasil ficou quatro anos se marginalizando, tinha um presidente que não gostava de manter relações com nenhum país. O mundo dele começava e terminava com fake news, de manhã, de tarde e de noite. Ele parece que menosprezava relações internacionais — afirmou.
Em frente à lareira do Salão Oval, Biden riu e concordou.
— Isso soa familiar — disse, em referência à gestão de seu antecessor, Donald Trump.
Em seguida, Lula falou da necessidade de preservar a Amazônia, uma bandeira comum aos dois presidentes.
"Cuidar da Amazônia hoje é cuidar do planeta Terra. E cuidar do planeta Terra é cuidar da nossa sobrevivência. Por isso, todos nós temos a obrigação de deixar para os nossos filhos e netos um mundo melhor do que o recebemos dos nossos pais", disse Lula.
O presidente brasileiro ainda propôs a construção de uma aliança contra o aquecimento global.
"Vamos levar muito a sério essa questão do clima. E lhe digo mais uma coisa, presidente, é preciso que a gente estabeleça uma nova conversa para construir uma governança mundial mais forte, porque a questão climática, se não tiver uma governança global forte, que tome decisões que todos os países sejam obrigados a cumprir, não vai dar certo", completou.
Biden reforça democracia
No momento de sua fala que foi registrado pela imprensa, Biden reafirmou apoio à democracia brasileira e lembrou que os dois países são as duas maiores democracias do hemisfério ocidental.
"Nós somos as duas maiores democracias do hemisfério. Brasil e Estados Unidos estão juntos rejeitando a violência política e defendendo os valores das nossas instituições democráticas", disse o presidente norte-americano.
"Acredito que nós devemos continuar a defender juntos os valores democráticos que constituem o núcleo da nossa força. Não só no nosso hemisfério, mas no mundo. Valores como direitos humanos e Estado de Direito. São valores que nos prezamos", completou Biden.
O presidente dos Estados Unidos também ressaltou o combate ao aquecimento global.
"Nossos valores compartilhados e os fortes laços entre os nossos povos tornam o Brasil e os EUA parceiros naturais para enfrentarem os grandes desafios atuais, globais, mas especialmente a mudança climática", disse.
Por fim, Biden agradeceu Lula pela parceria.
"Presidente, obrigado pelo seu empenho em avançar a nossa parceria. Este é um momento importante para os nossos países e acredito que para o mundo inteiro. Eu pessoalmente espero com otimismo poder trabalhar com o senhor. Obrigado pela sua presença", concluiu o presidente norte-americano.
Lula e Janja recebidos por Biden
Lula chegou à Casa Branca no fim da tarde, acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva. Eles foram recebidos, logo ao descer do carro, por Biden.
Depois, antes de entrarem para a reunião, tiraram fotos na porta da residência oficial do governo norte-americano. Mais cedo, Lula esteve com parlamentares do Congresso norte-americano, entre os quais, o senador Bernie Sanders, que nas últimas eleições concorreu nas primárias do partido Democrata.
Com informações do g1