Eleições 2012: Empresa prioriza doação oculta a partido político

Essa forma de repasse é legal, mas prejudica ou torna impossível a identificação de quem foi o candidato beneficiado pela empresa.

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As empresas que lideram as doações diretas a candidatos a prefeito de capitais pelo país injetaram mais que o triplo dos recursos repassados a candidatos aos caixas de partidos e comitês financeiros, prática conhecida como "doação oculta".

Essa forma de repasse é legal, mas prejudica ou torna impossível a identificação de quem foi o candidato beneficiado pela empresa.

Levantamento nas prestações de contas daqueles que disputam a prefeitura das 26 capitais do país mostra que as quatro empresas mais generosas doaram, no total, R$ 7,1 milhões a dez candidatos, de seis Estados.

Por doação oculta, o valor somado dessas empresas chega a R$ 24,8 milhões --um avanço de quase 250%.

LÍDERES

A construtora OAS é, com folga, a primeira do ranking: destinou R$ 3,9 milhões a sete candidatos. Em São Paulo, Fernando Haddad (PT) ganhou R$ 1 milhão, e José Serra (PSDB), R$ 750 mil.

Também receberam recursos da empresa Geraldo Julio (PSB-Recife), Humberto Costa (PT-Recife), Mário Kertész (PMDB-Salvador), Nelson Pelegrino (PT-Salvador) e Rodrigo Maia (DEM-Rio).

A construtora ainda repassou R$ 16,1 milhões diretamente a 12 partidos --por meio de comitês, direções estaduais ou direção nacional.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, a OAS mandou R$ 500 mil para o comitê financeiro do PRB, que tem Celso Russomanno na disputa à prefeitura.

Ainda assim, não é possível afirmar que o dinheiro foi para a campanha dele.

Em segundo lugar no ranking de doações diretas aos candidatos a prefeito nas capitais está a UTC Engenharia, que apostou R$ 1,4 milhão em três candidatos: Kertész e Pelegrino, em Salvador, e Paulinho da Força (PDT), em São Paulo.

Na modalidade oculta, a UTC aplicou R$ 3,3 milhões para sete partidos.

Já a Coimbra Importação e Exportação deu R$ 930 mil para Mário Português (PPS) em Porto Velho (RO).

Completa o topo da lista o banco BMG, que decidiu repartir R$ 900 mil em partes iguais para Marcio Lacerda (PSB-Belo Horizonte), Luciano Ducci (PSB-Curitiba) e Paulinho da Força.

Empresas de todo o país entregaram diretamente R$ 27,3 milhões a candidatos a prefeito das capitais --desse valor, cerca de R$ 8 milhões foram repassados apenas por construtoras.

A arrecadação total nas capitais até o momento atingiu R$ 120,5 milhões.

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