Segundo analistas, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), está planejando utilizar as votações de pautas econômicas desta semana no Congresso como uma estratégia para recuperar sua imagem desgastada pelas investigações da Polícia Federal (PF) no escândalo de desvio de verba pública para a compra de kits de robótica.
“Para melhorar a imagem dele, Lira quer ver se vota, além do arcabouço, o Fundeb e o Fundo do Distrito Federal. Outra questão é votar o Programa de Aquisição de Alimentos”, afirma o jornalista Tales Faria. “Ele também disse que a reforma tributária 'não passa de sexta-feira'. Se ele conseguir, dará um bom lustre na imagem dele, mas creio não ser o suficiente. O problema que ele tem é de maior monta”, completa.
O parlamentar está em busca do apoio do mercado financeiro como uma maneira de reconquistar seu prestígio e se proteger das investigações que estão em andamento contra ele. Além disso, Lira tem como objetivo manter sua influência política na Casa mesmo após deixar o cargo, seguindo o exemplo de Davi Alcolumbre no Senado.
O deputado alagoano viu sua força diminuir após a extinção das emendas secretas e teve seu poder ainda mais enfraquecido com a revelação do escândalo de corrupção passiva ligada à aquisição de kits de robótica. O político também buscou o apoio da Faria Lima para se resguardar das ações judiciais.
Ele acredita que, ao se tornar uma figura confiável para o mercado no Congresso, pode contar com o lobby do setor financeiro para mantê-lo relevante. Embora não possa se reeleger como presidente da Câmara, ele pretende influenciar na escolha de seu sucessor.