Erika Hilton é cogitada pelo PSOL para disputar governo de São Paulo em 2026

A deputada federal Erika Hilton (PSOL) passou a ser considerada pelo partido e por aliados como uma possível candidata ao governo de São Paulo em 2026. A informação foi confirmada pela própria parlamentar e pela presidente nacional do PSOL, Paula Coradi. Se confirmada, Erika seria a primeira pessoa transgênero a concorrer ao governo do estado.

Nesse cenário, Guilherme Boulos (PSOL), que disputou a prefeitura de São Paulo em 2020, seria indicado para uma vaga no Senado. Lideranças do partido ressaltam que a discussão ainda é preliminar, mas que o tema deve ser aprofundado nas próximas semanas.

Posso, sim (concorrer ao governo). É um debate incipiente, conversas ainda precisam ser feitas. Acho que estamos preparando a população para enxergar as pessoas por suas competências e não por suas condições humanas — disse Erika Hilton.

De acordo com Paula Coradi, Erika ganhou destaque com o debate sobre a escala 6x1 e "tem toda condição de ser nossa candidata ao governo de São Paulo".

A candidatura de Erika Hilton dividiria o palco da esquerda com outros nomes, como Márcio França (PSB), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre Padilha (PT), que também são cogitados para o governo ou para o Senado. Fontes do PT indicam que o PSB teria preferência para indicar um candidato ao governo, já que o partido ocupa a vice-presidência da República.

Mesmo que o PSOL considere o debate inicial, o nome de Erika já vem sendo mencionado por vereadores da Câmara de São Paulo, onde a deputada iniciou sua carreira política. Vereadores como Fabio Riva (MDB) e Marcelo Messias (MDB) têm citado Erika em análises sobre o cenário eleitoral de 2026.

Nunes na corrida

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), reeleito em 2024, também passou a ser visto como possível candidato ao governo de São Paulo. Até então, Nunes era cotado para integrar um ministério no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso o governador seja eleito presidente em 2026.

No entanto, Nunes encaminhou a aliados uma sondagem da Paraná Pesquisas que atestava sua viabilidade na disputa pelo governo. O prefeito afirmou ao GLOBO que está focado no novo mandato, mas reconheceu que o resultado das pesquisas "empolgou o pessoal".

A decisão de Nunes dependeria do aval de Tarcísio, a quem ele deve o principal apoio recebido na conturbada eleição de 2024. O cenário só seria viável se Tarcísio se licenciar do governo para disputar a presidência. Nesse caso, Ricardo Mello, vice de Nunes indicado por Jair Bolsonaro (PL), assumiria a prefeitura de São Paulo.

Cenário congestionado

A disputa pelo governo de São Paulo em 2026 ainda é incerta e envolve outros nomes. Guilherme Derrite, atual secretário de Segurança Pública, é cotado para o Senado, enquanto André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), é mencionado tanto para o governo quanto para a vice de Tarcísio.