A presidente Dilma Rousseff manifestou nesta terça-feira sua satisfação com a vitória do embaixador Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Para a presidente, a "experiência e compromisso" do brasileiro podem conduzir a OMC a "na direção de um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo". Dilma já telefonou para Azevêdo e o felicitou pela vitória. Em nota, ela afirma que a escolha do brasileiro "não é uma vitória do Brasil, nem de um grupo de países, mas da Organização Mundial do Comércio".
"Ao apresentar o nome do embaixador Azevêdo para esta alta função, o Brasil tinha claro que, por sua experiência e compromisso, ele poderia conduzir a Organização na direção de um ordenamento econômico mundial mais dinâmico e justo", afirma um trecho da nota atribuída à presidente da República.
Na avaliação de Dilma, a postura do brasileiro na condução do ordenamento econômico "foi entendida por expressiva maioria". Azevêdo foi submetido a três rodadas de consultas pelos 159 países-membro do bloco. Em entrevista coletiva para comentar o resultado, o ministro das Relações Exteriores avaliou que a dinâmica da escolha não demonstrou uma cisma entre países ricos e pobres. Ele disse Azevêdo recebeu votos de todas as regiões do globo.
A quantidade total de votos recebida pelo brasileiro ainda édesconhecida e o resultado formal só será divulgado amanhã. O governo brasileiro recebeu, no entanto, das autoridades responsáveis pela eleição da OMC que o resultado é "inequívoco".
Eleição na OMC
Nesta terça-feira, Azevêdo bateu o rival mexicano Herminio Blanco e foi eleito para o cargo de diretor-geral do órgão. Ontem, o governo brasileiro já contava com mais de 80 votos - de um universo de 159 - , o mínimo necessário para a vitória.
O brasileiro enfrentou a oposição do bloco europeu, que decidiu votar em conjunto em Blanco. Em contrapartida, contou com apoio dasprincipais economias emergentes formadas pelo grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Uma das frentes da campanha de Azevêdo foi a proposta de retomar as negociações da Rodada Doha para liberalização do comércio. O embaixador Roberto Azevêdo está diretamente envolvido em assuntos econômicos e comerciais há mais de 20 anos. Desde 2008, ele é representante permanente do Brasil junto à OMC.