O apresentador José Luiz Datena, de 66 anos, oficializou sua filiação ao PSB de Tabata Amaral em uma cerimônia que ocorreu na terça-feira (19) em Brasília, com duração aproximada de duas horas.
Durante seu pronunciamento, Datena abordou espontaneamente dois questionamentos imediatos relacionados às negociações para sua possível indicação como vice na corrida à Prefeitura de São Paulo. O primeiro ponto destacado foi sua tendência em desistir na última hora, algo que ocorreu nas quatro ocasiões anteriores em que cogitou concorrer, nos anos de 2016, 2018, 2020 e 2022.
O segundo ponto abordado foi sua relação anteriormente amistosa com Jair Bolsonaro (PL), inclusive sendo lançado candidato ao Senado, por São Paulo, pelo então presidente da República.
Mudança de discurso
Nesse contexto, Datena proferiu um discurso incisivo contra o clima de golpismo que marcou o governo Bolsonaro, enfatizando, em sua perspectiva, que a aliança entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-adversário político Geraldo Alckmin, que trocou o PSDB pelo PSB, foi crucial para a recuperação do Brasil.
Porém, vale lembrar um fato curioso: durante a gestão passada, Datena promoveu diversas transmissões ao vivo com o então chefe do Executivo, a fim de que Bolsonaro usasse o programa televisivo como um canal direto entre a Presidência e o reduto apoiador do bolsonarismo. Agora, com a mudança de comando do governo federal, o apresentador também mudou sua postura política e discursiva.
A solenidade teve lugar na sede nacional do PSB, contando com a presença de congressistas, Tabata Amaral, Geraldo Alckmin, governadores do partido, o ministro Márcio França (Micro e Pequenas Empresas) e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.
Em sua intervenção, Márcio França fez uma referência indireta ao histórico de recuos nas candidaturas de Datena, sugerindo que sempre aconselhou o apresentador a procurar o PSB apenas quando estivesse verdadeiramente pronto para se candidatar.
O PSB é o décimo partido no percurso político de Datena, que incluiu PT (de 1992 a 2015), PP, PRP (hoje PRD, resultante da fusão de PTB e Patriota), DEM (hoje União Brasil), MDB, PSL (hoje União Brasil), PSD, PSC e PDT.
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