Na terça-feira, 20 de junho, durante seu depoimento perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Golpe (CPMI), Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), refutou categoricamente as alegações de que a PRF direcionou suas ações na Região Nordeste com o objetivo de interferir nas eleições presidenciais de 2022.
“O que se falou muito é que a PRF, no segundo turno da eleição, direcionou a sua fiscalização para o Nordeste brasileiro. Isso não é verdade. Não é verdade porque o Nordeste é o local onde temos nove estados, nove superintendências, temos a maior estrutura da PRF no Brasil, a maior quantidade de unidades da PRF. Nos estados do Nordeste é onde se encontra hoje, lotado, o maior número de efetivos da instituição e é o estado brasileiro onde está a maior malha viária de rodovias federais”, disse.
Varques justificou as ações na região na véspera das eleições presidenciais com base no fato de que o Nordeste registra a maior quantidade de acidentes com vítimas nos estados, bem como o maior número de crimes eleitorais. Ele afirmou que historicamente o Nordeste tem sido o local onde ocorrem a maioria das prisões relacionadas a crimes eleitorais nas últimas cinco eleições.
De acordo com o ex-diretor da PRF, durante o período das eleições, a instituição registrou um total de 900 multas na Região Nordeste. Ele também ressaltou que, juntamente com a Região Norte, o Nordeste apresentou a menor taxa de fiscalização do país. “Onde mais se fiscalizou foi no Sudeste, depois do Sul e Centro-Oeste e o Nordeste, empatado com Norte, ficou em quarta posição. Tivemos, em média, 25 locais de fiscalização no Nordeste, no segundo turno”, afirmou.
O ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, está sendo investigado sob suspeita de supostamente tentar interferir na votação do segundo turno das eleições presidenciais de 2022. A investigação se baseia na alegação de que a PRF reforçou as blitzes no Nordeste, especificamente no dia 30 de outubro, com o objetivo de dificultar o transporte de eleitores na região onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais votos no primeiro turno.
O Ministério Público Federal (MPF) solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para investigar a conduta de Silvinei Vasques, que ocupava o cargo de diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal na época, em relação aos bloqueios de rodovias realizados por manifestantes que não aceitaram o resultado das eleições presidenciais.