O ex-governador Mauro Carlesse (Agir) foi preso na manhã deste domingo (15) enquanto seguia para uma fazenda em São Salvador, no sul do Tocantins. A detenção foi realizada por equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPTO).
SIGILO JUDICIAL
Segundo o MP, a prisão ocorreu em cumprimento a um mandado expedido pela 3ª Vara Criminal de Palmas. O mandado está relacionado a suspeitas de um plano de fuga de Carlesse para o exterior. O caso está sob sigilo judicial, e o conteúdo da investigação não foi divulgado.
Além de Carlesse, a Justiça determinou a prisão de Claudinei Quaresemin, investigado por envolvimento em um esquema de corrupção.
Histórico de Carlesse e investigações
Mauro Carlesse assumiu o governo do Tocantins em 2018, após a cassação de Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV), então governador e vice, pelo Tribunal Superior Eleitoral. A decisão ocorreu devido à prática de caixa dois na campanha de 2014.
Carlesse, que era presidente da Assembleia Legislativa, assumiu o cargo interinamente, venceu uma eleição suplementar e foi reeleito na eleição geral de 2018.
Ele permaneceu no cargo até outubro de 2021, quando foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suspeitas de corrupção. Na época, investigações da Polícia Federal apontaram envolvimento em esquemas de propina e interferência política na Polícia Civil.
Antes da conclusão do processo de impeachment na Assembleia Legislativa, Carlesse renunciou ao cargo, permitindo que o vice-governador, Wanderlei Barbosa (Republicanos), assumisse o posto.
Neste ano, Carlesse voltou a ser alvo de investigações. Ele foi citado em casos de fraude em licitações ocorridas em 2018, na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Tocantins. Durante as operações, mandados de prisão foram cumpridos em endereços ligados ao político, e um veículo de luxo foi apreendido.