O ex-prefeito e ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Miguel Colasuonno, morreu na sexta-feira (4) aos 74 anos, por complicações decorrentes de leucemia aguda, conforme informou seu filho Eduardo Colasuonno, 45.
De acordo com Eduardo, ao voltar de uma viagem que fez ao Pará, em 23 de setembro, o ex-prefeito começou a sentir alguns sintomas como febre e dor no corpo, além de desmaio, que acreditou serem causados por dengue, principalmente porque apresentava várias picadas de mosquito.
Logo que procurou auxílio médico, ele já foi internado no Incor. Lá, descobriu que estava com leucemia aguda e acabou sendo transferido para a UTI (unidade de tratamento intensivo).
O genro do ex-prefeito, Ricardo Hallak, 45, explicou que assim que ele foi internado, foi detectado o quadro de infecção generalizada. "A infecção estava por trás da leucemia. Aos poucos, seu organismo foi deixando de responder, o levando à morte", contou.
De acordo com Eduardo, o pai estava com boa saúde. Ele, inclusive, continuava atuando como diretor administrativo da Eletrobras, fazendo várias viagens pelo Brasil, reuniões e ginástica.
O corpo foi velado neste sábado (5) de manhã no cemitério do Morumbi, na zona sul. O enterro está marcado para 16h30. Ele deixa mulher e cinco filhos.
CARREIRA
Formado em economia na USP (Universidade de São Paulo), Colasuonno foi prefeito biônico da capital paulista entre 1973 e 1975, durante a ditadura militar. Antes disso, foi secretário de planejamento do governador Laudo Natel, entre 1971 e 1973.
Na sequência, foi assessor do ministério de Planejamento, na época em que o general Ernesto Geisel ocupava a presidência da República. Na gestão de João Figueiredo, ocupou a presidência da Embratur, entre 1979 e 1986.
Em 1992, tornou-se vereador da Câmara e fez parte da base de apoio do então prefeito Paulo Maluf (hoje no PP), de quem era amigo.
Em 1997, ele se reelegeu com cerca de 70 mil votos e apoiou o prefeito Celso Pitta.
Não tentou se reeleger em 2000. Na época, em carta, afirmou que o motivo eram "os acontecimentos políticos partidários que se apresentam, onde partidos de ideologias e filosofias diferentes misturam-se para alcançar o poder a qualquer preço".
Colasuonno foi também professor e diretor do IPE (Instituto de Pesquisas Econômicas) e diretor dos cursos de Pós-Graduação da Faculdade de Economia e Administração da USP. Além disso, foi um dos fundadores da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Amigo do ex-prefeito desde 1969, o professor Wilson Abrahão Rabahy, da Fipe, lembrou o papel de Colasuonno na Fundação. "Entre 1971 e 1972, ele fez uma atualização na estrutura de ponderação do IPC e isso foi responsável por tornar a pesquisa uma das mais importantes do país", disse.
O ex-prefeito Paulo Maluf, que não está na cidade, enviou um representante ao cemitério do Morumbi, segundo sua assessoria. A deputada federal Zulaiê Cobra também esteve presente no velório.