Ex-prefeito suspeito de matar a esposa médica não vai à júri popular

Durante a investigação, foi determinado que Fúvio não ofereceu drogas à vítima no dia do incidente, nem alterou a cena do crime de maneira proposital.

Fúvio Luziano Serafim, ex-prefeito de Catuji, em Minas Gerais, foi acusado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) de assassinar sua esposa, a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar. | Reprodução
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Fúvio Luziano Serafim, ex-prefeito de Catuji, em Minas Gerais, foi acusado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) de assassinar sua esposa, a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, em um hotel em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. No entanto, a Justiça decidiu que ele não enfrentará um júri popular e não será responsabilizado por feminicídio doloso ou crimes contra a vida. Fúvio está em liberdade desde dezembro de 2023, mas a decisão pode ser contestada pelo MP.

Durante a investigação, foi determinado que Fúvio não ofereceu drogas à vítima no dia do incidente, nem alterou a cena do crime de maneira proposital. Segundo o juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca, Marcelo Bressan, "no decorrer das investigações, as provas produzidas apontaram que o caso não era de feminicídio clássico, mas sim, indicavam que o casal era extremamente viciado no uso de medicamentos e que vivia em situação degradante, o que afetava a saúde, as relações e o dia a dia de ambos", divulgou o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).

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Juliana foi encontrada morta em 2 de setembro de 2023 no quarto de um hotel. Na ocasião, Fúvio e o motorista do casal, Robson Gonçalves dos Santos, que estava hospedado no quarto ao lado, foram detidos em flagrante. A causa da morte foi determinada como sufocamento por broncoaspiração de líquido, após a ingestão de uma grande quantidade de substâncias químicas.

O advogado de defesa de Fúvio, Pedro Lozer Pacheco, afirmou que a decisão judicial "é coerente com as provas dos autos" e que "Fúvio é inocente das acusações que lhe foram imputadas, sempre sobre o crivo do contraditório e da ampla defesa, direito de todo cidadão que é acusado de crime."

Testemunhas confirmaram que tanto Fúvio quanto Juliana adquiriam os medicamentos e que ambos estavam frequentemente sob o efeito dessas substâncias. Além disso, a Justiça não encontrou indícios de omissão ou indiferença por parte de Fúvio em relação à morte de Juliana, constatando que ele tentou prestar socorro à esposa.

O Ministério Público do Espírito Santo ainda não se pronunciou sobre se irá recorrer da decisão.

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