O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a noite bem após o início da terceira sessão de quimioterapia, informou na manhã desta terça-feira (13) sua assessoria de imprensa.
Lula está no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, desde segunda (12) para dar continuidade ao tratamento de um câncer na laringe. A alta médica, conforme a assessoria, está prevista para as 21h desta terça.
Na segunda, o médico responsável pelo tratamento do ex-presidente, Roberto Kalil Filho, disse que o tumor, diagnosticado em outubro, já sofreu redução de 75%, após as duas primeiras sessões de quimioterapia. "Houve 75% de redução do tamanho do tumor", declarou.
O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, visitou o ex-presidente na segunda e voltou ao hospital nesta terça para visitar o pai, que também está internado no Sírio-Libanês. "O presidente está eufórico, claro. Com a regressão do turmor ele ganhou mais uma batalha. E acho que ganhou a principal batalha de todas, que foi a da saúde", disse Garibaldi na porta do hospital na manhã desta terça.
Segundo Garibaldi, Lula estava bem e eles conversaram sobre assuntos políticos e também sobre o pai do ministro. "Ele [Lula], num excesso de gentileza, soube pelo doutor Kalil que meu pai está internado aqui e disse "Olhe, eu vou sair daqui amanhã e vou visitar seu pai"."
O empresário Abílio Diniz também visitou o ex-presidente nesta terça. Ele chegou por volta de 12h ao hospital e a conversa durou pouco mais de uma hora. Na saída, Diniz disse que "o presidente está muito bem, com o ânimo muito bom". "Ele está com muito vigor, com muito entusiasmo, pronto para superar isso, voltar a luta, voltar a tudo aquilo que ele faz. Fiquei muito feliz de vê-lo como ele está. Ele é um guerreiro."
Ao comentar sobre a saúde do ex-presidente na segunda-feira, o médico Roberto Kalil Filho descartou "totalmente" a possibilidade de cirurgia para retirada do tumor de Lula. A intervenção havia sido desconsiderada desde o início do tratamento. Se realizada, ela poderia afetar as cordas vocais do ex-presidente. O tumor, à época, foi diagnosticado como de "agressividade média", medindo cerca de 3 centímetros.
Outro integrante da equipe médica, Artur Katz, disse que a redução era "esperada", mas que, no caso de Lula, foi "expressiva". "Nem todo paciente responde da mesma maneira ao tratamento. Nem sempre ela é tão expressiva", disse. Sem a redução, segundo ele, a cirurgia seria necessária.
Kalil Filho disse que, por causa do andamento do tratamento, Lula poderia voltar às "atividades políticas" em março.
O médico também descreveu a reação de Lula ao saber do novo diagnóstico, após os exames desta segunda. "Durante a manhã, ele estava apreensivo como todo ser humano. Após eu dar a notícia, foi um alívio", relatou.
Segundo ele, depois desta última sessão da quimioterapia, Lula deverá iniciar outra fase do tratamento, de radioterapia. A previsão é que ela se inicie entre 8 e 10 de janeiro, com duração de 6 a 7 semanas. Em cada semana, ele receberá uma dosagem pequena de medicamentos.
O médico Rubens de Brito, que também acompanhou os exames de Lula, disse que não foram constatados problemas de deglutição (para engolir alimentos) e que a laringe não apresentou edema (inchaço). "Visualmente, a melhora já é notada", disse.