Ex-vereador é assassinado e Corregedoria vê que PMs foram obrigados a agir

O corregedor mencionou o comportamento de Dinho na festa, destacando que ele estava armado com uma pistola Taurus calibre 9 mm e havia ameaçado resolver uma questão com violência.

O corregedor Edson Furtado de Oliveira finalizou o inquérito em 6 de junho, indicando que não houve ilegalidade nas ações dos policiais, portanto, não deveriam ser punidos. | Reprodução/Divulgação
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A Corregedoria da Polícia Militar concluiu a investigação sobre a morte do ex-vereador Dinho Vital, ocorrida em 8 de março em Anastácio, a 135 km de Campo Grande. Dois policiais militares, que se envolveram em um confronto que resultou na morte de Dinho na saída de uma festa local, foram presos em uma operação realizada em 17 de maio.

O corregedor Edson Furtado de Oliveira finalizou o inquérito em 6 de junho, indicando que não houve ilegalidade nas ações dos policiais, portanto, não deveriam ser punidos. Ele destacou que, mesmo fora de serviço, os policiais têm a obrigação de agir ao presenciar atividades criminosas, conforme estipulado pelo Artigo 301 do Código de Processo Penal.

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INVESTIGAÇÕES

Durante a investigação, foram ouvidas aproximadamente 34 pessoas. Apenas cinco afirmaram que os policiais atuavam como seguranças particulares do ex-prefeito e pré-candidato do PSDB, Douglas Figueiredo, enquanto as demais testemunhas negaram essa alegação.

O corregedor também mencionou o comportamento de Dinho na festa, destacando que ele estava armado com uma pistola Taurus calibre 9 mm e havia ameaçado resolver uma questão com violência. Na abordagem policial, a atitude de Dinho foi considerada uma ameaça iminente e injusta, que não deixou outra opção aos policiais senão o uso da força.

O QUE TESTEMUNHAS DISSERAM?

Testemunhas e um ciclista que passava pelo local confirmaram que os policiais verbalizaram a ordem para que Dinho abaixasse a arma, reforçando que a ação dos policiais seguiu os procedimentos adequados.

O corregedor concluiu que a conduta dos policiais estava em conformidade com as excludentes de ilicitude previstas na legislação, destacando que a obrigação de agir dos policiais se estende além do horário de serviço.

ISENÇÃO NA INVESTIGAÇÃO

O advogado dos policiais, Lucas Arguelho Rocha, afirmou que a defesa sempre acreditou na isenção da investigação e na legitimidade das ações dos policiais, que agiram em legítima defesa e em cumprimento ao dever legal. Ele também negou que os policiais estivessem atuando como seguranças particulares no evento.

Um laudo pericial acessado pelo Jornal Midiamax revelou que os tiros que mataram Dinho foram disparados de forma lateral, com um dos tiros entrando pela região posterolateral e saindo pela região anterolateral esquerda, perfurando órgãos vitais. Outro disparo também foi de lado, de frente para trás, atravessando o abdômen. A perícia determinou que os tiros foram disparados a pelo menos 80 centímetros de distância, apesar de moradores locais alegarem que Dinho foi executado.

Os policiais Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e Bruno Cesar Malheiros dos Santos foram presos temporariamente em 17 de maio, junto com o pré-candidato Douglas Figueiredo, que foi flagrado com armas em sua residência. O advogado Lucas Rocha confirmou que os policiais se apresentaram voluntariamente e reiterou a confiança no Judiciário para esclarecer os fatos e confirmar a defesa de que agiram em legítima defesa.

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