Ex-vereador teria pago R$ 40 mil para execução da esposa; ele teria um caso extraconjugal

O político vai à júri popular em fevereiro, de acordo com a denúncia, ele queria 'se livrar' da esposa.

Vereador (direita) ficou quatro meses preso pela suspeita do crime. | João Mauricio/RBS TV
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Nos próximos dois meses, a Justiça do noroeste gaúcho será palco de um julgamento que atrai atenção: dois homens acusados de envolvimento no assassinato da contadora Sandra Mara Lovis Trentin serão submetidos ao júri popular. A vítima desapareceu em janeiro de 2018, após sair de casa em Boa Vista das Missões. Seu veículo foi encontrado em Palmeira das Missões, onde ela foi vista pela última vez.

O desaparecimento gerou comoção, mas apenas um ano depois o caso teve uma reviravolta. Restos mortais de Sandra foram localizados em uma área de mata no limite com o município de Condor. Agora, Paulo Ivan Baptista Landfeldt, ex-vereador e marido da vítima, e Ismael Bonetto, acusado de ser o executor, enfrentarão o julgamento no dia 27 de fevereiro. Ambos negam participação no crime, mas seguem presos.

A investigação e a acusação

Segundo o Ministério Público, Landfeldt teria planejado o assassinato para evitar a divisão de bens em caso de separação e impedir que a esposa denunciasse possíveis atos ilícitos de sua gestão como vereador. Ele teria oferecido R$ 40 mil pelo crime, envolvendo Bonetto e outras pessoas não identificadas na execução do plano.

A denúncia aponta que Sandra foi rendida com armas de fogo e levada a um local ermo, onde foi assassinada. Inicialmente, seu corpo teria sido ocultado em Vicente Dutra, mas, posteriormente, transferido para uma cova rasa às margens da BR-285, onde também foram encontrados seus cartões e documentos.

Mudanças nas versões dos réus

O caso passou por uma série de reviravoltas. Após ser preso em Lages (SC), Bonetto confessou ter matado Sandra a mando de Landfeldt, mas, dias depois, voltou atrás e alegou ter mentido para extorquir o ex-vereador. A Polícia Civil, no entanto, manteve a primeira versão apresentada pelo acusado como a mais próxima da realidade.

Landfeldt, por sua vez, afirmou que foi procurado por Bonetto, que teria se apresentado como membro de uma facção criminosa e exigido dinheiro em troca de informações sobre Sandra. A defesa do ex-vereador argumenta que não há provas que o liguem diretamente ao crime.

O desfecho

A ossada de Sandra foi encontrada em janeiro de 2019, confirmada por exames odontológicos. A causa da morte não pôde ser determinada devido ao estado dos restos mortais, mas a possibilidade de morte por disparo de arma de fogo não foi descartada.

O que dizem as defesas

Os advogados de Ismael Bonetto afirmam que o julgamento é um passo crucial para esclarecer os fatos, destacando que várias versões foram apresentadas ao longo da investigação e que caberá ao júri decidir sobre a mais plausível.

Já a defesa de Paulo Ivan Landfeldt sustenta que não há elementos concretos que comprovem sua participação no crime.

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