Na decisão em que autorizou a Polícia Federal a fazer busca e apreensão nas residências e no gabinete da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, proibiu que ela mantenha contato com investigados na Operação Espúrio, entre os quais o próprio pai da parlamentar, o deputado cassado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.
A ação da PF fez parte da segunda fase da Operação Registro Espúrio, destinada a aprofundar investigações sobre suposta organização criminosa que teria cometido fraudes na concessão de registros de sindicatos pelo Ministério do Trabalho. A PF apura um suposto esquema de propina para venda de registros.
Cristiane Brasil foi alvo de três mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (12). Os mandados foram cumpridos no gabinete dela na Câmara, no imóvel funcional em Brasília e na residência no Rio de Janeiro.
A deputada também está proibida de frequentar o Ministério do Trabalho e de manter contato com servidores, a não ser para tratar de assuntos relacionados o exercício do mandato. Mesmo assim, deve informar sobre isso com antecedência ao STF.
Por meio de sua assessoria, a deputada disse que recebeu os "procedimentos investigativos com surpresa, pois não tem papel nas decisões tomadas pelo Ministério do Trabalho". "Espero que as questões referentes sejam esclarecidas com brevidade e meu nome limpo", disse a parlamentar.
Roberto Jeferson foi alvo da primeira fase da operação, no dia 30 de maio. Ele é suspeito de integrar a quadrilha que vende registros sindicais no Ministério do Trabalho.
Segundo as investigações, o grupo não respeita a fila dos pedidos de registro, e aprova os de sindicatos que pagam propina a parlamentares.