O vice-prefeito de Teresina, Elmano Ferrer (PTB) rompeu o silêncio sobre a sucessão estadual e garantiu que ainda não decidiu se apoiará o prefeito da capital, Sílvio Mendes (PSDB), como candidato a governador caso o pré-candidato do seu partido, o senador João Vicente Claudino não dispute as eleições deste ano. Ferrer admite que manterá a ?coerência e o bom-senso? na decisão que será tomada e confessa que isso o aproxima de Mendes. ?Fui eleito com ele por dois mandatos?, explica.
O presidente do diretório municipal do PTB nega que já esteja escolhendo os nomes que poderão compor o secretariado petebista na eventual saída de Mendes da Prefeitura em abril, quando se encerra o prazo de desincompatibilização dos gestores que vão disputar cargos no próximo pleito. ?O Sílvio ainda não me disse se vai sair ou não. Jamais me arriscaria a uma situação dessa natureza, de sair convidando alguém se nem sei se vou mesmo assumir?, enfatiza.
Apesar de ainda não ter montado as peças do tabuleiro político que passa, necessariamente, pelo PTB, tanto na oposição como na base aliada do governador Wellington Dias, Elmano destaca que o cenário ?confuso e imprevisível? da sucessão pode colocar João Vicente em uma candidatura independente ou ainda na oposição.
Ferrer vislumbra duas situações que deixariam Claudino livre para escolher qual caminho tomar no pleito de outubro. ?Com a candidatura do Ciro Gomes para presidente da República, se o vice-governador Wilson Martins (PSB) assumir e for candidato, ele está no seu direito mas os critérios seriam rompidos?, diz. Outra situação desfavorável para o senador estaria na posição petista de lançar o pré-candidato do partido, o secretário estadual de Educação Antônio José Medeiros, como orientação da direção nacional do PT.
?Nos Estados em que o PT possui governador a orientação, segundo a imprensa, é que haja um candidato próprio. Se essa hipótese se consolidar, isso romperia com os critérios estabelecidos pelo governador Wellington Dias e o PTB poderá tomar o rumo que quiser?, avalia. O vice-prefeito também critica a Caravana de 30 do PT, realizada entre o final de janeiro e começo de fevereiro. A Caravana foi alvo de denúncias do Ministério Público sobre propaganda extemporânea.
Segundo ele, ?ninguém sabia se era celebração do aniversário do partido ou campanha para divulgar o Antônio José?. Elmano destaca que João Vicente só participou de encontros no interior do Estado quando foi convidado. ?Ele ia no carro dele, sozinho, sem descumprir o prazo legal para fazer propaganda. Isso nós nunca fizemos nem nunca faremos?, alfineta. (S.B.)