Filha de Leila Diniz move ações contra Regina Duarte e Michelle Bolsonaro

Janaina Diniz Guerra pede a remoção do conteúdo veiculado, além de R$ 52.800,00 em cada uma das ações.

Eva Wilma, Eva Todor, Tônia Carrero, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell durante protesto contra a ditadura militar. | Ascom
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A diretora e roteirista Janaina Diniz Guerra, filha da atriz Leila Diniz, está movendo duas ações indenizatórias por violação ao direito de imagem e honra contra a atriz Regina Duarte, o Partido Liberal e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ela  pede a remoção do conteúdo veiculado, além de R$ 52.800,00 em cada uma das ações.

Os dois casos aconteceram pelo uso indevido da fotografia emblemática das atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz, Odete Lara e Norma Bengell em protesto contra a censura na Ditadura Militar de 1964.

A atriz Regina Duarte publicou, em dezembro de 2022, um vídeo que reproduzia um discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro em defesa do golpe militar e da ditadura. Em um determinado momento, quando o discurso diz que "64 foi uma exigência da sociedade" e que "as mulheres nas ruas pediam o reestabelecimento da ordem", a imagem que aparece é a foto das veteranas.

Janaina  considera que Regina Duarte disseminou uma mentira para seus seguidores como forma de defesa da ditadura

Janaina afirma que respeita as posições políticas de Regina, mesmo não concordando com elas, mas julga inadmissível que a atriz inverta por completo a realidade, "utilizando a imagem de suas colegas como se tivessem ido às ruas pedir intervenção militar quando estavam fazendo o contrário, o protesto era justamente contra a censura imposta pela ditadura".

Ela considera que a ex-global disseminou uma mentira para seus seguidores, como forma de defesa da ditadura e incitação aos atos de 8 de janeiro. "É de uma gravidade indescritível", afirmou.

"O vídeo postado por Regina Duarte, alcançou mais de 67 mil curtidas e atingiu em cheio a reputação, respeitabilidade, honra e imagem de Leila Diniz, que agora é protegida por sua única descendente, Janaina, na forma do parágrafo único do art. 209 e parágrafo único do art. 1.210, ambos do CC [...]".

A outra ação, movida contra o Partido Liberal e Michelle Bolsonaro tem por finalidade a mesma foto, que foi usada em fevereiro de 2023 com a ex-primeira-dama aparecendo "ao lado" das atrizes, em uma peça comemorativa pela "conquista do voto feminino".

Segundo Diniz, a foto em nada tem relação com a conquista do voto feminino, pois este evento ocorreu em 24 de fevereiro de 1932. Ela acrescenta que o uso da foto em contexto diverso atrelado à Michelle e ao PL representa "flagrante violação aos direitos da personalidade de Leila, defendidos por sua herdeira Janaina".

Janaina Diniz ressalta que a memória de sua mãe é "justamente a de ruptura através da liberdade feminina com todo o conservadorismo moralista e machista defendido pelo PL e por Michelle Bolsonaro. ‘’Conservadorismo esse que, naquela época, era imposto pela ditadura militar, regime ao qual minha mãe sempre se opôs. O uso político, não autorizado, da imagem de minha mãe respaldando a pré-campanha de Michelle Bolsonaro é uma imensurável ofensa a tudo que minha mãe representou e ainda representa", pontuou.

Com informações: Migalhas 

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