O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou nesta quinta-feira (17) que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve um encontro com o hacker Walter Delgatti para discutir supostas vulnerabilidades nas urnas eletrônicas. Delgatti, conhecido como o "hacker da Vaza Jato", testemunhou na CPI dos Atos Golpistas e revelou um plano que envolvia assessores e o ex-presidente Jair Bolsonaro para manipular o resultado das eleições presidenciais de 2022.
O senador Flávio Bolsonaro corroborou com o encontro, explicando que a conversa com Walter Delgatti tinha o objetivo de instruir oficialmente o TSE sobre possíveis vulnerabilidades nas urnas eletrônicas.
"Só para esclarecer a relatora, primeiro que não tenho nada a esconder, porque a conversa do senhor Walter era para ele mostrar seus conhecimentos para que fosse oficialmente instruído o TSE sobre vulnerabilidade das urnas eletrônicas. Só para ficar bem claro. A manhã inteira ficou essa mentira na CPI. Repito, era apenas uma instrução ao TSE para garantir mais camadas de segurança das urnas.", disse Flávio Bolsonaro
Walter Delgatti afirmou ter se encontrado com o ex-presidente no Palácio da Alvorada antes das eleições de 2022 e discutido a segurança das urnas eletrônicas. Durante o encontro, Delgatti teria recebido a garantia de que receberia um indulto presidencial caso fosse preso ou condenado por suas ações relacionadas às urnas eletrônicas.
Em seu depoimento, Delgatti também alegou ter ouvido de Bolsonaro que o entorno do ex-presidente já havia conseguido realizar grampos telefônicos no ministro Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Delgatti, Bolsonaro sugeriu que ele assumisse a responsabilidade pelo grampo.
A relatora da CPI dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), destacou que os elementos apresentados por Delgatti à comissão fornecem "fortes condições" para o possível indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro após o término das investigações.
Delgatti foi convidado a depor na CPI a pedido de parlamentares governistas. Durante seu depoimento, ele revelou um plano envolvendo o ex-presidente e seus assessores para manipular os resultados das eleições presidenciais de 2022. A senadora Eliziane Gama também manifestou a intenção de solicitar a quebra dos sigilos de Bolsonaro, embora ele ainda não tenha sido alvo de tais pedidos ou convocações à CPI.
Com informações do g1