Flávio Dino deve enfrentar 'clima de CPI' em sabatina; saiba o que esperar

O ministro da Justiça terá que responder sobre 8 de Janeiro, marco temporal e pauta de costumes na sabatina no Senado

Ministro Flávio Dino (PSB-MA) | Brenno Carvalho
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A oposição no Senado está estrategicamente planejando transformar a sabatina do ministro da Justiça, Flávio Dino, em uma extensão da CPI do 8 de Janeiro. O objetivo é desgastar o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Supremo Tribunal Federal (STF) com assuntos relacionados à sua gestão na pasta, incluindo a ausência de imagens do circuito interno nos eventos, alertas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a atuação da Força Nacional.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) será palco desse embate no dia 13. Dino, que foi alvo de pedidos da oposição para depor na CPI, agora enfrentará questões que vão além do escopo da investigação do 8 de Janeiro, abrangendo temas caros à direita, como itens da pauta de costumes.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) destaca a importância de Dino prestar esclarecimentos sobre as medidas adotadas após os alertas da Abin, a ausência de imagens do circuito interno e a atuação da Força Nacional. Amin argumenta que compreender os motivos dessas ações é crucial para avaliar a imparcialidade de um juiz.

Dino, por sua vez, nega as acusações e justifica a ausência de imagens afirmando que foram arquivadas devido a um contrato com a empresa responsável pelas câmeras. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) expressa preocupação com a alegada blindagem de Dino por aliados na CPI, enquanto a relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), é mencionada como auxiliadora do ministro em busca de apoio.

Marco temporal

Além dos temas já mencionados, a sabatina deve abordar o marco temporal das terras indígenas, conforme as indagações do senador Márcio Bittar (União-AC). A expectativa é de uma sabatina longa, que também explorará temas como a pauta de costumes e a gestão de Dino no Maranhão.

Parlamentares da base reconhecem que Dino aguça as tensões, mas acreditam que ele possui experiência no enfrentamento político. A tentativa de realizar a sabatina simultaneamente com a de Paulo Gonet, indicado por Lula à Procuradoria-Geral da República (PGR), é vista como uma estratégia para reduzir o tempo destinado às perguntas ao ministro.

Apesar das divergências e da artilharia por parte da oposição, a expectativa é que Dino conte com maioria tanto na CCJ quanto no plenário. O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), destaca o direito da oposição de questionar, mas ressalta a importância do respeito, citando sua postura educada com outros indicados ao STF no passado.

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