Foragido por bomba em aeroporto tenta entrar em posse com Lula no Paraguai

Seis dias antes do evento, o indivíduo alinhado com Bolsonaro fez a solicitação para obter credenciamento como jornalista independente do El Pueblo Podcast

Foragido por bomba em aeroporto tenta entrar em posse com Lula no Paraguai | Ricardo Stuckert/PR
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Um dos três réus acusados de tentar detonar um explosivo em um caminhão nas proximidades do aeroporto de Brasília em 24 de dezembro é o blogueiro e influenciador Wellington Macedo. Recentemente, ele procurou obter credenciamento para realizar a cobertura da posse do presidente paraguaio Santiago Peña em Assunção, que ocorreu nesta terça-feira (15), na presença do presidente Lula (PT). 

Seis dias antes do evento, o indivíduo alinhado com Bolsonaro fez a solicitação para obter credenciamento como jornalista independente do El Pueblo Podcast. No entanto, apesar do aviso por parte do governo brasileiro, as autoridades paraguaias optaram por não conceder a credencial. 

Macedo, que diz ser inocente e alvo de perseguição, está foragido desde o atentado, após romper sua tornozeleira eletrônica e deixar o Distrito Federal. Até o fim de abril deste ano, conforme ele próprio afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo, estava escondido na fazenda de um produtor rural que conheceu no acampamento golpista montado em frente ao quartel-general do Exército na capital federal, após a vitória de Lula nas urnas. "Estou bem isolado, estou longe", disse na época, por telefone.

Macedo desempenhou uma função no governo de Jair Bolsonaro (PL) ao atuar como assessor da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos na época, atualmente senadora Damares Alves (Republicanos-DF), durante o período de fevereiro a dezembro de 2019. Ele recebia uma remuneração bruta de R$ 10.373. 

Dois anos depois, em 2021, ele foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes (STF), sob a acusação de incentivar atos antidemocráticos naquele 7 de Setembro. Deixou a prisão 42 dias depois e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica, inclusive quando se candidatou a deputado federal pelo PTB de São Paulo em 2022, adotando o slogan de "preso político", ele teve apenas 1.118 votos.

Na véspera do Natal, dirigiu o carro que transportou a bomba do acampamento bolsonarista até o aeroporto do Brasília, segundo as investigações da Polícia Civil do Distrito Federal. Macedo não nega que conduzia o veículo, mas diz que não sabia da existência do objeto nem do plano para detoná-lo e alega ser alvo de perseguição do Judiciário. De acordo com a polícia, o artefato foi preparado pelo empresário George Washington de Oliveira e colocada em um caminhão no aeroporto pelo também bolsonarista Alan Diego dos Santos e Sousa. Os três se tornaram réus em janeiro, após o Tribunal de Justiça do DF aceitar a denúncia do Ministério Público, e apenas Macedo segue foragido.

Macedo é investigado ainda por suspeita de participar de depredações em Brasília, incluindo uma tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em 12 de dezembro, dia da diplomação de Lula. O blogueiro diz que apenas registrou imagens dos atos de violência e que não defende pautas golpistas. Nas redes sociais, porém, ele fazia chamamentos a protestos e alusões a um possível golpe militar. Em abril, ele disse que se afastaria da política: "Estou muito cansado, quero focar em minha defesa". Até aparecer na posse presidencial paraguaia.

(Com informações da Folhapress - Júlia Barbon)

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