Nos últimos 11 anos o governo federal gastou mais de R$ 524,7 milhões usando cartões corporativos. Desde que assumiu o governo há três anos, Dilma Rousseff pisou no freio e reduziu em 15% os gastos, se comparado com o mesmo período do segundo mandato de Lula. Entretanto, os números de 2013 ainda não estão totalmente atualizados, já que os dados dos últimos meses ainda não foram enviados pelo Banco do Brasil à Controladoria-Geral da União para divulgação, o que só deve ocorrer nos primeiros meses de 2014.
O uso dos cartões corporativos foi adotado ainda no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso. Em 2008, a ferramenta de pagamento ganhou as manchetes quando veio à tona o escândalo de uso de indevido. O caso fez cair a então ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.
Na época do escândalo foi descoberto que os cartões tinham sido utilizados para compras em free shops e para a hospedagem de familiares de ministros durante compromissos oficiais.
Pelas regras, o cartão deve ser usado para compras de materiais, prestação de serviços, para o pagamento de despesas de hospedagem de ministros até para saques em dinheiro.
Na gestão Lula, as compras feitas com os cartões eram mais volumosas a julgar pelos gastos publicitados no Portal da Transparência do governo federal. No primeiro ano de seu governo, 2003, as compras e saques subiram 208% (de R$ 3 milhões para R$ 9,2 milhões) se comparado com o ano anterior.
Em sua gestão também foi registrada o maior pico de despesas com os cartões: mais de R$ 80 milhões gastos no último ano de seu governo, em 2010. No ano seguinte, quando Dilma assumiu a presidência, a economia foi de 27%, baixando a despesa para R$ 58,7 milhões.
Em 2013, a presidência da República foi a responsável pelo maior volume de gastos, R$ 14,7 milhões, seguida pelo ministério da Justiça, com R$ 9 milhões, e ministério do Planejamento, que gastou R$ 5,1 milhões.
Entretanto, os gastos da presidência, em 2013, foram R$ 2,9 milhões menos que o registrado no ano anterior. Uma queda de aproximadamente 18%. O mesmo percentual de redução foi verificado nas contas do ministério da Justiça.
A maior parte dos gastos realizados pela presidência da República são explicitados como sigilosos: ?Informações protegidas por sigilo, nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e do Estado?, é a justificativa.