George Santos, o primeiro deputado abertamente gay a se eleger pelo Partido Republicano nos Estados Unidos, enfrentou uma série de investigações que expuseram uma teia perigosa de mentiras em sua campanha. Antes mesmo da posse, o jornal The New York Times expôs diversas contradições em seu currículo, que incluíam a falta de registros nas universidades onde ele afirmava ter se formado, a ausência de indícios de que ele trabalhava em empresas de Wall Street e a inexistência de sua instituição de caridade registrada na Receita Federal americana.
Além disso, o deputado também foi réu por estelionato no Rio de Janeiro. Santos admitiu que havia "floreado" seu currículo e que estava envergonhado por suas mentiras. Ele também era um apoiador ferrenho do ex-presidente dos EUA, Donald Trump e do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL-RJ).
Santos alegava que seus avós maternos eram judeus que haviam fugido do Holocausto, mas a imprensa descobriu que seus pais nasceram no Brasil antes da Segunda Guerra Mundial. Ele afirmou que sua avó se converteu do judaísmo para o catolicismo e que ele se identificava como judeu não praticante, embora nunca tenha afirmado que era judeu.
As empresas que ele afirmou ter trabalhado, Citigroup e Goldman Sachs, também desmentiram sua história. Descobriu-se que, na verdade, ele trabalhava em telemarketing na Dish Network no Queens. Sua instituição de resgate de animais, Friends of Pets United, também não constava nos registros da Receita Federal americana, e sua fortuna alegada era mais uma mentira.
A história de George Santos, que poderia ter sido uma história de superação, acabou se tornando uma história de mentiras e contradições.
Prisão
Na manhã de quarta-feira, 10 de maio, o deputado estadunidense George Santos, congressista do terceiro distrito de Nova York, se entregou às autoridades em um tribunal federal em Long Island e foi preso.
O parlamentar de extrema-direita é alvo de mais de 10 acusações, envolvendo as suspeitas de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro, roubo de fundos públicos e declarações falsas à Câmara dos Deputados. Sua eleição foi marcada por uma campanha repleta de mentiras sobre seu passado.
Muito ligado ao ex-presidente da República, Donald Trump, assim como o ex-mandatário brasileiro Jair Bolsonaro (PL), George Santos usou de pautas conservadoras para ser eleito. No entanto, acumulava polèmicas. Em fevereiro, por exemplo, um ex-auxiliar o denunciou por assédio sexual e violação do código de ética ao Comitê de Ética da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.
Derek Myers, trabalhou brevemente no escritório de George Santos antes de sua proposta de trabalho ser rescindida, de acordo com a carta.