A CPMI do 8 de janeiro agendou uma reunião para próxima terça-feira, 26, onde será ouvido, às 9h, o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão, destaca que o depoimento do general trará informações valiosas para as futuras atividades da comissão.
A senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA), autora de um dos requerimentos de convocação (REQ 272/2023), argumenta que a presença do ex-ministro da Segurança Institucional é crucial para a fase de instrução e para as futuras investigações. Ela salienta a importância de esclarecimentos sobre o envolvimento do depoente nos eventos relacionados à tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023, entre outros aspectos.
Além disso, os deputados Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Rogério Correia (PT-MG) apresentaram um requerimento de convocação do ex-ministro do GSI (REQ 223/2023). Eles citam uma investigação da Agência Pública que revelou que o GSI, então chefiado pelo general Augusto Heleno, recebeu diversas pessoas envolvidas nos eventos, incluindo um dos golpistas presos após a invasão às sedes dos Três Poderes, no período de 1º de novembro a 31 de dezembro de 2022.
Outros senadores e deputados também propuseram requerimentos para a convocação do general, todos visando esclarecimentos importantes para as atividades da CPMI.
A reunião presidida pelo deputado Arthur Maia (União-BA) terá uma parte deliberativa, onde será tentada a votação dos requerimentos de convocação em bloco com base em possíveis acordos. Maia confirmou que não está incluído entre os requerimentos o chamado para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele reconhece a dificuldade em ouvir todas as convocações propostas e menciona a necessidade de seleção para garantir uma abordagem equitativa.
A relatora Eliziane Gama expressou sua preocupação com a possível não aprovação da acareação proposta por ela entre o ex-presidente Bolsonaro e seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, classificando como lamentável essa eventual situação. Ela reiterou que a decisão sobre a votação dos requerimentos é prerrogativa do presidente Arthur Maia e destacou que a CPMI permanece atenta a novas denúncias e possibilidades de delação, podendo solicitar o indiciamento de pessoas mesmo que não compareçam à comissão.