Pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 22 de junho, pela Genial/Quaest, mostra que os brasileiros estão divididos quanto ao julgamento que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) começa a enfrentar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por conta de uma reunião com embaixadores no ano passado em que teria colocado em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.
Foi realizado um levantamento com 2.029 indivíduos com 16 anos ou mais, entre os dias 15 e 18 de junho, em 120 cidades. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Cerca de metade dos entrevistados (47%) concordou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deveria condenar Bolsonaro por suas declarações sobre fraude nas urnas. Outros 43% responderam negativamente.
Esses números indicam um empate técnico, pois estão dentro da margem de erro. Os restantes 10% não souberam ou não quiseram responder. Felipe Nunes, diretor da Quaest, afirma que "o julgamento do TSE reflete a divisão que marcou as eleições de 2022, porém com uma leve vantagem para a condenação de Bolsonaro". O tribunal iniciará o julgamento da ação nesta quinta-feira (22/6), analisando se a reunião realizada por ele com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado, constitui abuso de poder político. Na ocasião, o então presidente fez acusações contra o sistema eleitoral sem apresentar provas.
Entre aqueles que votaram em Lula (PT) no segundo turno, 80% acreditam que Bolsonaro deve ser considerado culpado pelo TSE. Nesse grupo, 12% discordam e 8% não souberam ou não quiseram responder.
Os números são praticamente inversos entre aqueles que escolheram Bolsonaro no segundo turno. A maioria deles (82%) é contra a condenação do ex-presidente pelo TSE, enquanto 13% são a favor e 6% não expressaram sua opinião.
No caso dos que votaram em branco, nulo ou se abstiveram no segundo turno, 47% são favoráveis à condenação, 33% são contrários e 20% não responderam.
Bolsonaro comentou sobre o julgamento no TSE, afirmando que é uma "tempestade em copo d'água". Dos 2.029 participantes da pesquisa, 39% declararam ter votado em Lula, 37% em Bolsonaro, 20% afirmaram ter votado em branco, nulo ou se abstido, e 4% não responderam.