Gleisi critica PL por ameaçar obstruir pauta na Câmara após Bolsonaro virar réu

Ministra acusa partido de priorizar interesses do ex-presidente sobre temas como reforma do Imposto de Renda

Ministra de Secretaria de Relações Institucionais do Brasil Gleisi Hoffmann | Foto: José Cruz/Agência Brasil Ministra de Secretaria de Relações Institucionais do Brasil Gleisi Hoffmann | Foto: José Cruz/Agência Brasil
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A ministra Gleisi Hoffmann (PT) reagiu com veemência às ameaças do Partido Liberal (PL) de obstruir os trabalhos na Câmara dos Deputados após a decisão do STF que tornou Jair Bolsonaro réu no processo sobre a tentativa de golpe de Estado. Em declarações à imprensa, a ministra de Relações Institucionais classificou a possível obstrução como um ato de colocar "os interesses de Bolsonaro à frente dos interesses do Brasil", citando especificamente o risco de atraso em pautas prioritárias como a reforma da tabela do Imposto de Renda e mudanças na escala de trabalho de aeroportuários.

O Palácio do Planalto intensificou as articulações para evitar a paralisação legislativa. O presidente Lula, mesmo em viagem ao Japão, manteve contatos com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre o assunto. Fontes do governo adiantam que Lula promoverá um encontro informal com líderes partidários ao retornar ao Brasil, numa tentativa de destravar a agenda governista.

A tensão aumentou após o PL - maior bancada da Câmara - condicionar o andamento normal dos trabalhos à votação do projeto que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes. O presidente da Câmara, Hugo Motta, já sinalizou que a proposta precisará passar por uma comissão especial antes de ser votada no plenário, seguindo acordo anterior mediado pelo ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Enquanto o PL insiste na pauta da anistia como resposta à condenação de Bolsonaro, o governo alerta que a obstrução pode prejudicar temas urgentes para a população, criando um impasse que deve se prolongar pelas próximas semanas. A situação coloca à prova a capacidade de negociação da base governista em um momento crucial para a aprovação de sua agenda econômica e social.

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