Em mais um capítulo da briga que já dura mais de 140 anos, o governador do Ceará Elmano de Freitas (PT) assinou na última quinta-feira, 09 de março, o decreto que cria um Grupo de Trabalho (GT) para acompanhamento do litígio territorial com o Piauí. Na ocasião, o líder do Executivo endureceu o discurso, pontuando que a determinação é a de defender, o que na visão dele, 'pertence ao Ceará'.
O que está em jogo?
Áreas de 13 municípios
25 mil habitantes impactados
173 unidades de saúde
117 áreas de mineração
290 unidades escolares
21 mil estabelecimentos agropecuários
“Esse Grupo de Trabalho terá a importante missão de acompanhar a disputa territorial entre os estados. Esses municípios são patrimônio cearense e a nossa determinação é a de defender o que nos pertence, o território cearense”, disse Elmano.
Tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF), a ação cível originária que trata do litígio (ACO 1831/PI) foi movida pelo Piauí em 2011 e abrange 13 municípios cearenses: Granja, Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá, Ipueiras, Poranga, Ipaporanga e Crateús, abrangendo mais de 245 mil cearenses.
O GT será coordenado pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e é composto por equipe multidisciplinar que conta com integrantes da Corregedoria-Geral do Estado (CGE), Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace), Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), Secretaria do Meio Ambiente (Sema), Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) e Fundação Universidade Estadual do Ceará (Funece). Ao todo, serão desenvolvidas análises do perfil socioeconômico, histórico e demográfico da região, de aspectos técnico-demográficos da área, inventário de equipamentos públicos e privados, além de estudo jurídico da demanda e consulta popular com os habitantes da área em disputa.