Por Francy Teixeira.
Após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deliberar contra a importação da Sputnik V, os governadores nordestinos devem se reunir nesta terça-feira (27) para uma definição em torno do imunizante russo.
Com a liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que permite a alguns Estados, inclusive o Piauí, a importação a partir do dia 29 de abril (quinta-feira), os líderes estaduais discutirão sobre os próximos passos a serem tomados, inclusive junto ao próprio STF e à Anvisa.
"Sobre decisão da Anvisa quanto à vacina Sputnik, irei aguardar manifestação técnica de cientistas brasileiros e russos. Posteriormente, teremos reunião com governadores da Amazônia e do Nordeste para avaliar fundamentos técnicos, a serem apresentados ao STF e à própria Anvisa", indicou o governador maranhense Flávio Dino (PC do B).
COMITÊ CIENTÍFICO RECOMENDA USO DA VACINA RUSSA
Na contramão da Anvisa, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste emitiu nota técnica na segunda-feira (26) recomendando a importação da vacina russa Sputnik V pelos Estados da região.
Coordenado por Sergio Rezende e Carlos Gabas, o Comitê reverbera a preocupação dos governadores com os entraves na liberação dos imunizantes, pontuando a comprovação da eficácia da Sputnik V.
"O Consórcio Nordeste e os nove governos estaduais que o integram, extremamente preocupados com as dificuldades de disponibilidade de vacinas para o Brasil, conseguiu avançar na negociação de doses deste Instituto para o país e aguarda a aprovação da ANVISA para que possamos contar com mais uma opção de vacina", pontua a nota.
Neste âmbito, o Comitê ainda destaca o resultado da amplicação da vacina na Argentina e Hungria, em que não foram identificados efeitos adversos graves. "A Argentina e a Hungria já anunciaram resultados iniciais de efetividade com esta vacina e foram bastante promissores. Na Hungria, onde foram administradas mais de 200 mil doses, a resposta desta vacina foi superior a de outras plataformas. O monitoramento de eventos adversos na Argentina comprovou os dados do estudo de fase 3, onde a maioria dos eventos adversos foram considerados leves, tornando a possibilidade de o Brasil contar com uma vacina imunogênica e segura", aponta.
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