Quase um milhão de beneficiários não receberão o Bolsa Família a partir deste mês, porque não realizaram a atualização cadastral que o Ministério do Desenvolvimento Social convocou em fevereiro deste ano. O ministério informou nesta quinta-feira (18), que o benefício de 975.601 famílias, das 3,4 milhões convocadas para confirmar vulnerabilidade social, foi bloqueado como precaução para evitar que pessoas que não se enquadrem nos critérios exigidos continuem recebendo os recursos. O número de benefícios suspensos representa 28,6% do total das famílias chamadas a fazer o recadastro. O bloqueio representa economia de R$ 1,7 bilhão nas despesas com o programa.
O Estado com maior volume de bloqueios é a Bahia, R$ 115 milhões, correspondente ao benefício de 97 mil famílias. Em seguida vem Pernambuco, onde 59 mil famílias deixarão de receber o Bolsa.
Apesar de o ministério ter recebido com ressalvas o relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) de maio deste ano que apontou benefício concedido de forma irregular por mais de 300 mil famílias, a pasta do ministro Patrus Ananias cita contribuição do trabalho do tribunal para a auditoria. Além dos 975.601 beneficiários que não atualizaram cadastro, o Ministério do Desenvolvimento Social também está de olho em outras 600 mil famílias que ganham o Bolsa, mas têm renda muito maior do que informam, de acordo com cruzamento realizado pelo TCU.
O bloqueio pode ser revertido se o beneficiário apresentar, até dezembro, informações que comprovem a necessidade de ganhar o Bolsa. A partir de janeiro quem não regularizar a situação é excluído da lista. O benefício não é cancelado de forma imediata, porque algumas famílias não fazem o recadastro pois moram em municípios do interior e os gestores têm dificuldade em convocar todos os envolvidos. Mas o ministério atribui aos gestores municipais a responsabilidade de avisar às famílias com benefício pendente.