O governo brasileiro emitiu neste sábado (6) uma condenação à invasão da polícia equatoriana à embaixada do México em Quito, classificando o episódio como um "grave precedente". A incursão ocorreu na noite de sexta-feira (5), quando um grupo de policiais foi até o local para prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador condenado por corrupção.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores ressaltou que a ação viola a Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, as quais estabelecem que os locais de uma missão diplomática são invioláveis.
Segundo os tratados internacionais, a entrada de agentes de estado nesses locais depende da autorização do chefe da missão estrangeira. A prisão de Glas gerou controvérsia, visto que o mesmo havia recebido asilo político do México e estava abrigado na embaixada desde dezembro de 2023, alegando ser vítima de perseguição da Procuradoria-Geral do Equador.
A suspensão das relações diplomáticas entre México e Equador foi anunciada pelo governo mexicano em resposta ao episódio. A incursão policial à embaixada do México foi descrita como um "atropelo ao direito internacional" pelo encarregado da embaixada mexicana no Equador, Roberto Canseco.
Por sua vez, o governo equatoriano afirmou que não permitirá que "nenhum criminoso fique impune", referindo-se a Jorge Glas, e ressaltou o respeito mútuo entre os povos mexicano e equatoriano.