SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo federal deve estabelecer parcerias com estados e municípios para acelerar a entrega de imóveis em obras bastante avançadas do programa Minha Casa, Minha Vida, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Ele afirmou que os acordos vão permitir a entrega de 170 mil unidades.
O ministro visitou neste sábado (11) um condomínio em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, reformado por iniciativa da União e do governo baiano, sob gestão do petista Jerônimo Rodrigues.
"Quando estive aqui em janeiro, vi esse condomínio que estava concluído há seis anos, iniciado ainda no governo Dilma, e que foi deixado de lado. Retiraram até a segurança do local e aí furtaram quadro de luz, vaso sanitário, entre outras coisas", afirmou Costa, que foi governador da Bahia pelo PT.
A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discute uma solução jurídica para que estados e municípios executem os serviços de reforma, já que em geral são mais ágeis nisso. "Queremos, até o final do ano, entregar essas 170 mil unidades a que me referi. Retornamos com a faixa 1 e esse será o carro chefe do programa", disse o ministro.
A faixa 1 é destinada a famílias com baixa renda e recebe condições mais favoráveis de financiamento, que foram extintas pela gestão anterior de Jair Bolsonaro (PL). O governo planeja concluir o desenho da reformulação do Minha Casa, Minha Vida até o próximo dia 15 e extinguir o nome Casa Verde e Amarela, criado por Bolsonaro.
Uma das novidades deve ser que, a pedido do presidente Lula, os novos empreendimentos do programa terão varandas para os moradores. A Folha de S.Paulo mostrou que o novo Minha Casa, Minha Vida herda um passivo de 130,5 mil moradias cujas obras estão atrasadas ou paralisadas.
O levantamento do Ministério das Cidades, obtido pela Folha de S.Paulo em janeiro, mostra que são 1.115 empreendimentos atrasados ou paralisados, todos ainda do Minha Casa, Minha Vida. O mais antigo teve o contrato assinado em 2009, ano em que ele foi lançado, mas a maioria foi contratada entre 2014 e 2018.
Juntos, os empreendimentos já receberam aportes de R$ 4,8 bilhões, sendo que a maioria (R$ 3,8 bilhões) foi para obras paralisadas.