O governo Lula (PT) publicou nesta quarta-feira (8), no Diário Oficial da União, a resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que trata das diretrizes sobre aborto legal em casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. A publicação ocorre após uma disputa política e judicial, com movimentos conservadores e o próprio governo federal em posições baseadas na resolução.
Disputa Judicial e Política sobre o Tema
A resolução foi aprovada em 23 de dezembro de 2024, com 15 votos a favor, todos os representantes da sociedade civil, e 13 votos contrários. No entanto, no dia seguinte, 24 de dezembro, a Justiça federal suspendeu a norma por decisão da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). O documento estabelece protocolos para a interrupção da gestação em vítimas de violência sexual, com foco em garantir o acesso sem imposição de barreiras legais.
A norma afirma que crianças e adolescentes têm direito a informações claras e imparciais sobre a interrupção da gestação, sendo vedada qualquer conduta baseada em convicções morais, políticas, religiosas ou de interesse pessoal. Além disso, o texto menciona a permanência temporária de vítimas em serviços de acolhimento, enfatizando que isso não deve impedir o acesso ao serviço de aborto legal.
O caso continua sendo debatido, com críticas de parlamentares e ativistas contrários ao aborto legal. Um dos pontos controversos da resolução é a ausência de um limite de idade gestacional para a interrupção da gravidez, o que gera debate entre defensores e opositores da norma. A disputa jurídica sobre o caso está longe de ser resolvida, com o juiz Ney Bello enviando uma questão para julgamento da juíza Rosana Noya Alves Weibel.
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