Conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal apontam que a venda da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), envolveu o pagamento de R$ 500 mil a mais do que o R$ 1,4 milhão da escritura.
Os áudios indicam que o valor a mais foi entregue a Lúcio Fiuza, assessor de Perillo, que pediu exoneração ontem. Ele alegou "razões particulares" para deixar o cargo. Os áudios não deixam claro se os R$ 500 mil chegaram ao governador.
O governador Marconi Perillo e o assessor Lúcio Fiuza negaram a existência do pagamento de R$ 500 mil. A assessoria negou que esse valor tenha chegado ao tucano.
CPI
Perillo deve explicar na próxima semana, quando vai à CPI do Cachoeira, a venda da casa em condomínio de luxo em Goiânia.
Em depoimento prestado na terça-feira (5) na CPI, o empresário Walter Paulo Santiago deu uma nova versão para a compra do imóvel do governador ao afirmar que pagou pela casa em dinheiro, "em notas exclusivas de R$ 50 e R$ 100".
Perillo já afirmou que recebeu três cheques pela casa (dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil), que somam R$ 1,4 milhão. Os cheques foram emitidos pela empresa Excitant Confecções Ltda, de uma cunhada de Cachoeira, nos meses de março, abril e maio de 2011.
A empresa, por sua vez, recebeu dinheiro de uma firma fantasma criada pelo esquema Cachoeira para receber dinheiro da empreiteira Delta.
A versão de Walter Paulo também contradiz o ex-vereador tucano Wladimir Garcez, que disse em depoimento à CPI que ele mesmo era o comprador da casa e que, para isso, contou com empréstimos de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta, e de Cachoeira. Somente depois que supostamente percebeu que não teria como cobrir os cheques emitidos, procurou outro comprador --no caso, Walter Paulo.