O grupo composto por três integrantes do PT que ouviu as alegações do deputado André Vargas (PT-PR) na última sexta-feira recomendou à Executiva do partido o envio do caso à comissão de ética da sigla. A recomendação foi feita em breve relatório que narra as explicações de Vargas sobre seu envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que combate a lavagem de dinheiro.
Na terça-feira, o presidente do PT, Rui Falcão, enviará o relatório com a sugestão dos três integrantes - Alberto Cantalice, Florisvaldo de Souza e Carlos Henrique Árabe - aos demais membros da Executiva, que decidirá sobre o encaminhamento à comissão de ética. Na própria terça, Falcão deverá decidir a data em que convocará o próximo encontro do colegiado.
O PT pressiona Vargas a renunciar. Líderes petistas, como o próprio Falcão e o líder do partido na Câmara, deputado Vicentinho (PT-SP), têm defendido publicamente que o deputado paranaense abra mão do mandato para estancar a sangria pública a que o partido tem sido submetido.
Vargas chegou a anunciar, no início da semana, que renunciaria ao mandato, mas recuou depois de ser informado de que a renúncia não interromperia o trâmite do processo contra ele no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pode culminar com sua cassação. Na quarta-feira (22), o conselho deve deliberar sobre a admissão do processo contra o petista.
Dirigentes do PT chegaram a sinalizar que, caso renuncie, Vargas evitará o processo contra ele na comissão de ética do partido. Se ele ficar sem mandato, o caso não caberia mais à Executiva Nacional, e poderia ser extinto ou enviado à Londrina (PR), onde Vargas é filiado e onde controla parte do partido.