Haddad afirma que visita Brasília para se defender, não para dialogar

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou, neste sábado (15), que o Brasil enfrenta sérias dificuldades e afirmou que, ao visitar Brasília, não vai para dialogar com servidores públicos, mas para se defender.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad | TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado (15) que suas idas a Brasília são para se defender das turbulências políticas e econômicas que o país enfrenta, em vez de dialogar com servidores públicos. As declarações foram feitas durante o evento Despertar Empreendedor, promovido pelo Instituto Conhecimento Liberta.

CRÍTICAS AO CENÁRIO POLÍTICO

Haddad expressou frustração com a situação atual, questionando a seriedade das iniciativas políticas. Ele criticou a falta de foco em questões que realmente impactam a vida das pessoas e a criação de conflitos sociais.

“A todo momento você fica apreensivo. Que lei vamos aprovar? O que nós vamos fazer? Que maluquice é essa? Do que estão falando? Por que não se dedicam a coisas sérias, que vão mudar a vida das pessoas? Para que essa espuma toda? Para criar cizânia na sociedade, briga na família?”, disse no evento.

CRÍTICAS ADICIONAIS

Durante o evento, Haddad também criticou pessoas em posições de poder que não estão agindo no melhor interesse do país, destacando a complexidade de administrar o Brasil, apesar de seu grande potencial. “O Brasil é uma encrenca, né? Um negócio difícil de administrar”, disse o ministro.

“Temos um país de ouro, um povo de ouro e você vê que quem pode fazer a diferença, nem sempre está pensando no interesse público. E devia estar, né, porque está em posição de poder, porque é um grande empresário ou um político com mandato”, acrescentou Haddad.

PRESSÃO POLÍTICA E ECONÔMICA

As declarações de Haddad ocorrem após uma semana desafiadora para o governo federal e o próprio ministro. Conforme relatado pelo blog da Andreia Sadi, Haddad enfrenta pressão de setores do PT e questionamentos do mercado financeiro sobre sua capacidade de concretizar a agenda econômica e alcançar o equilíbrio fiscal. Apesar das dificuldades, o presidente Lula defendeu firmemente Haddad. Ao final de sua viagem à Suíça e Itália para encontros da OIT e do G7, Lula afirmou que Haddad permanecerá fortalecido enquanto ele for presidente.

REAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO

Na última semana, Haddad afirmou que a equipe econômica intensificará a agenda de trabalho relacionada aos gastos públicos, focando na revisão de despesas nas próximas semanas. Isso ocorreu após uma forte reação negativa dos mercados a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enfatizou a importância de discutir economia com foco na questão social. 

Na última semana, o dólar chegou a R$ 5,42, acumulando ganhos de 2,53% no mês e de 10,91% ao ano. O Ibovespa teve alta no último pregão, mas ainda acumula perdas de 1,99% em junho e de 10,82% em 2024.

MEDIDA PROVISÓRIA DO PIS-COFINS

O retorno ao presidente Lula dos trechos da Medida Provisória do PIS-Cofins pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi visto como uma derrota para o governo. A medida visava cobrir perdas de arrecadação com a manutenção da desoneração da folha de pagamento, estimada em R$ 29 bilhões para este ano.

Com informações do g1

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