O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (17) que pretende apresentar o arcabouço fiscal até abril. Ele também acrescentou que é possível zerar o déficit nas contas do governo em até dois anos.
As declarações foram dadas em Davos, na Suíça, onde Haddad e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva participa. do Fórum Econômico Mundial.
“Se você pegar uma série histórica, a gente está pretendendo voltar receitas e despesas ao mesmo patamar pré-crise da pandemia, que é 18,7% [do PIB no governo federal]. Se nós conseguirmos isso em dois anos, a gente consegue zerar o déficit. E isso vai ser tão mais fácil se aprovarmos a reforma tributária", declarou.
"O fiscal é uma parte da lição de casa, mas ela não é a agenda Econômica completa", afirmou a jornalistas em Davos, onde participa do encontro anual do Fórum Econômico Mundial.
Na segunda, Haddad afirmou que não há intenção do governo em aumentar impostos.
"Vamos pensar a perspectiva de fazer a reforma tributária e de repensar o arcabouço fiscal, que é isso é que vai dar sustentabilidade agora vamos combinar o fiscal, que é pressuposto do desenvolvimento, mas ele não é um fim em si mesmo", disse o ministro.
"Você tem que estar as contas arrumadas, mas para você desenvolver o país, precisa de uma certa uma política proativa."
Haddad reforçou a premissa, dizendo que interlocutores, sobretudo aqueles ligados à geopolitica, tem mostrado interesse nas agendas para os dois temas, e que isso é especialmente importante na atual recalibragem das relações com os Estados Unidos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve visitar o americano Joe Biden em fevereiro.
Agenda econômica
Além da sustentabilidade das contas públicas, o ministro afirmou que a equipe econômica também focará em uma agenda de crédito, buscando retirar os consumidores das listas de negativados para que possam voltar ao mercado de consumo.
Outras metas são a valorização o salário mínimo (acima da inflação), além do estímulo aos investimentos por meio de concessões e Parcerias Público Privadas (PPPs) e da ampliação o comércio e os investimentos entre os países da América do Sul.
"[A agenda de reequilíbrio das contas públicas] será acompanhada de medidas para o crédito, para reindustrialização e olhando para a transição ecológica. Se conseguirmos fazer isso e equilibrar nossas contas, o Brasil vai continuar crescendo acima da média mundial. Como aconteceu nos mandatos do governo Lula, é o que queremos novamente. Crescer acima da média mundial com justiça social e sustentabilidade no meio ambiente", disse.
Haddad chegou a Davos na segunda (16) e deixará a cidade nos Alpes nesta quarta (19), dois dias antes do fim do evento. Na manhã desta terça ele se reuniu com representantes do governo saudita e com Ian Bremmer, da consultoria Eurasia.
Por: Luciana Coelho (Folhapress) e G1