O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (10) que o Supremo Tribunal Federal (STF) precisa julgar o chamado "mensalão mineiro" logo após a conclusão do atual julgamento. ?Esperamos que imediatamente o Supremo inicie o julgamento do mensalão do PSDB", disse.
Haddad participou nesta manhã de carreata na Zona Leste de São Paulo. Na terça-feira (9), a maioria dos ministros do STF - seis votos a dois - condenou o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu por um dos crimes de que é acusado, corrupção ativa. Também foram condenados o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o grupo de Marcos Valério.
Haddad disse que não está acompanhando o julgamento, por isso não quis comentar as condenações. Entretanto, ressaltou que a condenação de atos irregulares cometidos pelo PSDB em Minas Gerais devam entrar na pauta.
"Para que o STF mantenha a sua situação de imparcialidade, eu peso que na sequência desse julgamento ele deve imediatamente iniciar o julgamento do mensalão tucano para que não paire dúvidas de que o Supremo é imparcial e vai julgar todos indistintamente?, disse.
?Pela jurisprudência que eles próprios construíram ao longo destes meses, é o momento agora de passar em revista a origem de tudo, onde tudo começou, no PSDB de Minas.
Questionado sobre o impacto que as condenações podem provocar na campanha e nos rumos do partido, ele afirmou que o julgamento aponta também a necessidade de todos os partidos se avaliarem. ?Há um debate da classe política sobre tudo que aconteceu. Todos os partidos foram envolvidos, o PSDB, o PMDB, e a classe política precisa fazer uma reflexão sobre isso, inclusive, sobre uma reforma política para dar uma resposta ao país sobre tudo que aconteceu?, disse.
?Espero que ele atue de maneira eqüidistante até para que ele julgue todos os que foram denunciados pelo MP?, afirmou.
Ele evitou comentar se considera que José Dirceu sofrerá condenação por outros crimes. ?Sinceramente, não tenho tempo para acompanhar o julgamento, não vou opinar", disse. Ele refutou a tese de que o partido tenha traalhado contra o julgamento e ressaltou o fortalecimento do Supremo com todo o processo. ?(O STF) é uma instituição. Oito dos ministros foram indicados pelo presidente Lula. Nós temos que respeitar a decisão que foi tomada", disse.
Apoios no 2º turno
O candidato afirmou que o presidente do PT, Rui Falcão, e o coordenador de sua campanha, Donato, estão tratando das negociações para tentar conseguir o apoio do PRB. ?Estou acompanhando de longe. Eu só estabeleci as diretrizes que são trazer para São Paulo a boa gestão que a Dilma está fazendo. A população está muito sofrida em São Paulo.? Haddad disse que ?jamais? a questão de cargos foi debatida com Gabriel Chalita e Michel Temer em reunião que aconteceu na terça-feira (9).
Haddad voltou a dizer que Chalita condicionou o seu apoio à necessidade do PT incorporar ao seu plano de governo algumas de suas propostas. O petista afirma ser favorável a um governo de coalizão. ?Nós estamos estudando. Não podemos anunciar uma coisa que não pode ser feita. Já tínhamos a ideia de trazer a Upa para São Paulo. Então vamos ajustar a nosso programa à luz dessa reivindicação justa?, declarou. O candidato disse estar confiante que receberá o apoio de Eduardo Paes e de Sergio Cabral.
A respeito do apoio do PDT, que alegou divergências na esfera federal para apoiar José Serra, ele disse não entender. Segundo ele, se Brizola Neto fosse eleitor em São Paulo, ele o apoiaria. ?Eu não vou comentar o que não entendi?, afirmou.