No último dia 20 de agosto o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, incluiu nas suas denúncias o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) e o senador Fernando Color de Melo (PTB) pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Mas essa decisão não foi vista com bons olhos para alguns políticos.
O deputado federal piauiense Heráclito Fortes questionou o fato de o procurador se pronunciar dois dias antes dos protestos. “Por que ele só fez isso agora? Com o Collor as coisas não foram assim, foram feitas em sigilo. Eu não votei no Eduardo Cunha, mas tenho o dever de defendê-lo, ele tem pecados, mas também tem atitudes”, declarou ele que afirmou que essa decisão fez com que os manifestantes também pedissem a saída de Cunha.
O procurador disse através da sua denúncia que Eduardo Cunha recebeu propina de empresas no exterior e de fachada. A denúncia pede que o presidente da Câmara pague U$S 80 milhões pelos danos causados à Petrobras. É a primeira denúncia contra um parlamentar investigado na Operação Lava Jato.
Só que a defesa de Heráclito Fortes não parou por aí, o deputado federal do PSB apresentou na última quinta-feira um projeto de lei que se aprovado, impedirá um delator de acrescentar informações ou corrigir versões do que disse antes em uma elaboração premiada. Assim que lançado, na sexta-feira Eduardo Cunha determinou que o projeto tenha poder conclusivo, ou seja, tenha uma tramitação rápida.
Com isso, o projeto já foi para a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e depois, se aprovado, seguirá para a Comissão de Constituição e Justiça. O tal do poder conclusivo determina que, se for aprovado nessas duas comissões, em que Cunha tem o domínio dos votos, o projeto não precisará ir a plenário.