Para o senador Heráclito Fortes (DEM), o quadro sucessório no Piauí está ?um verdadeiro balaio de gatos?. O democrata afirmou que vem acompanhando as discussões da política local e acredita que o governador está em uma situação difícil. Segundo ele, Wellington Dias tomou a estratégia errada ao ?deixar pra depois? a definição do nome do candidato da base aliada.
O senador piauiense afirmou que essa estratégia acaba favorecendo a oposição. ?Foi oferecido o mesmo posto para quatro pré-candidatos e, agora, todos eles querem ser os escolhidos. Isso tem gerado dificuldades, inclusive para o próprio PT?, ressaltou, acrescentando que, em nível nacional, o Lula escolheu sua candidata na sucessão, desde o primeiro momento.
Respondendo às declarações veiculadas na mídia nacional de que o presidente Lula teria dito que teria muitos desafetos a serem derrotados nessas eleições e um deles seria ele, Heráclito Fortes frisa que essa é uma decisão que cabe ao povo do Piauí. ?Não quero acreditar que ele tenha dito. Mas vejo com tranqüilidade, porque só quem pode fazer isso é o povo?, pontua, acrescentando que o presidente tem que se preocupar é com a campanha da Dilma.
Para o senador democrata, o presidente reage como um ditador, perseguindo todos aqueles que ?tem coragem de denunciar irregularidades que ocorrem no Governo?. ?Eles querem é uma pessoa no Senado que diga ?Amém? pra tudo que eles querem. Mas o direito de se expressar conseguimos na democracia. As pessoas tem direito de ter opiniões contraditórias?, completou.
No Senado ? Falando sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos, lançado pelo Executivo durante o recesso legislativo, o senador definiu como um "balaio de temas conflitantes", que levaram "ao constrangimento e ao mal-estar". O senador explicou que o plano propõe, entre outras medidas, mudanças nas regras dos planos de saúde, controle sobre a liberdade de imprensa e de expressão, separação da agricultura familiar do agronegócio, retirada do Poder Judiciário da prerrogativa de determinar a reintegração de posse de fazendas ocupadas por movimentos sociais, a legalização do aborto por decreto e a possibilidade de realização de plebiscito sem a aprovação do Congresso. ?Se tivéssemos um Congresso independente, teríamos inaugurado os trabalhos legislativos cobrando a responsabilidade deste ato?, criticou.