Deputados federais e senadores teriam usado verba indenizatória, paga pelo poder público, para pagar advogados, segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo. Pelo menos 13 parlamentares, entre eles 11 deputados e dois senadores teriam adotado essa prática em 2009, pagando R$ 283.850 a escritórios de advocacia e apresentaram justificativas como consultoria ou trabalho técnico.
Um dos parlamentares que teria usado a verba para pagar sua defesa seria o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro secretário da casa, que teria gasto R$ 3,5 mil para pagar um escritório de Teresina. O senador respondeu à reportagem que o escritório foi contratado por motivos relativos ao mandato.
Outro parlamentar que teria pago advogados com verba indenizatória seria o senador Flávio Arns (PSDB-PR), que pagou R$ 6.650 a um escritório de Curitiba. Ele negou à reportagem ter usado a verba por interesses pessoais. Também foi registrado o pagamento de R$ 16 mil reais pelo deputado Edmar Moreira (PR-MG), conhecido por ter um castelo em Minas Gerais. O escritório que recebeu a verba foi contratado por Moreira para defendê-lo em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo normas da Câmara, nada impede que um advogado que defende um congressista possa ser contratado para prestar consultoria paga com verbas públicas.