Jornais mundo afora destacaram o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que foi aprovado e a partir de agora segue para o Senado. Os jornais europeus, com reportagens e transmissões ao vivo, deram atenção para o comportamento dos deputados federais no plenário. O conhecido site do semanário alemão Die Zeit destacou que a votação na Câmara "mais parecia um carnaval".
"Nesse dia decisivo para o destino político da sétima maior economia do mundo, o que se viu foram horas de deputados aos berros, que se abraçavam, tiravam selfies e entoavam canções", declarou o correspondente Thomas Fischermann.
"Nos discursos dos representantes do povo havia tudo o que se possa imaginar: lembranças aos netos, xingamentos contra a educação sexual nas escolas, paz em Jerusalém, elogio a um torturador do antigo governo militar, o jubileu de uma cidade e assim por diante", afirma o jornal.
O correspondente Jens Glüsing, em uma analise intitulada "A insurreição dos hipócritas", do site da revista Der Spiegel, disse que o Congresso brasileiro mostrou sua "verdadeira cara". "A maior parte dos deputados evocou Deus e a família na hora de dar o seu voto. Jair Bolsonaro até mesmo defendeu, com palavras ardentes, um dos piores torturadores da ditadura militar", escreve o jornalista.
O jornal britânico The Guardian enfatizou que há um Congresso "hostil e manchado pela corrupção" que votou pelo impedimento da presidente. "O ponto mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, o deputado de extrema direita do Rio de Janeiro, dedicou seu voto a Carlos Brilhante Ustra, o coronel que comandou a tortura do DOI-Codi durante a era ditatorial", e levou "uma cusparada do deputado de esquerda Jean Wyllys".
O jornal espanhol El País em um artigo: "Dilma Rousseff recebeu um empurrão, talvez definitivo, para sair da presidência do Brasil pela porta de trás da história".